Uma confeitaria, onde se consumiu, e se está a fazer tempo, para o que se tem a fazer a seguir.
Espaço pequeno, simpático, mas nada insonorizado, e com muita gente.Na mesa ao lado ,três quarentonas, falam como se estivessem a metros e metros e metros de distância.
Dada proximidade, e as características do espaço, ao tom que estão a falar, parece autêntica berraria
E são conversas sem qualquer interesse, que já nem de casos ou casinhos, públicos, mas casos e casinhos pessoais, e desaires amorosos.
E fica-se, sem ter interesse algum, a saber do que se lastimam, das ca,,aulpas serem sempre e só dos outros.
E entre nós, torna-se impossível falar, dado que teríamos que também berrar, para nos ouvirmos e entendermos , e não queremos
Devemos estar velhos. Devemos estar desactualizados , mas de facto talvez respeitar os outros, seja ainda o nosso princípio.
E como não é possível falarmos, estamos a olhar, e de repente uma delas vira-se e pergunta " o que se passa?".
" Estão a falar algo alto e sem o pretendermos estamos a ouvir a vossa conversa ". Resposta.
Contra-resposta: E depois " isto é um lugar público, podemos estar como nos apetece, e falar no tom que nos apetecer ".
Nem respondemos. Para quê ?
Claro que os donos e empregados da confeitaria, fazem de conta que nada se está a passar, e que este, é o novo normal, num espaço público, cada um, cada uma faz o que lhe der mais jeito, independentemente de incomodar quem esteja próximo.
Os velhos não acham bem, problema seu.
Ou não ou não ou não
Augusto Küttner
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