quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Num local público pode-se berrar

 Uma confeitaria,  onde se consumiu, e  se está a fazer tempo,  para o que se tem a fazer a seguir.

Espaço pequeno,  simpático,  mas nada insonorizado,  e com muita gente.
Na mesa ao lado  ,três quarentonas,  falam como se estivessem a metros e metros e metros de distância.
Dada proximidade,  e as características do espaço,  ao tom que estão a falar, parece autêntica berraria
E são conversas sem qualquer interesse,  que já nem de casos ou casinhos,  públicos,  mas casos e casinhos pessoais,  e desaires amorosos.
E fica-se, sem ter interesse algum,  a saber do que se lastimam, das ca,,aulpas serem sempre e só dos outros.
E entre nós, torna-se impossível falar, dado que teríamos que também berrar, para nos ouvirmos e entendermos , e não queremos  
Devemos estar velhos.  Devemos estar desactualizados , mas de facto talvez respeitar os outros, seja ainda o nosso princípio.
E como não é possível falarmos,  estamos a olhar,  e de repente uma delas vira-se e pergunta " o que se passa?".
" Estão a falar algo alto e sem o pretendermos estamos a ouvir a vossa conversa ". Resposta.
Contra-resposta: E depois " isto é um lugar público, podemos estar como nos apetece, e falar no tom que nos apetecer ".
Nem respondemos. Para quê ?
Claro que os donos e empregados da confeitaria,  fazem de conta que nada se está a passar,  e que este, é o novo normal,  num espaço público,  cada um, cada uma faz o que lhe der mais jeito,  independentemente de incomodar quem esteja próximo.
Os velhos não acham bem, problema seu.

Ou não ou não ou não

Augusto Küttner

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