quarta-feira, 4 de setembro de 2013


António Lobo Antunes (1 de Setembro de 1942) celebrou no passado domingo o seu 71º aniversário. Será, não só para mim como para muitos leitores, um dos maiores escritores portugueses contemporâneos. À guisa de celebração fui relendo algumas das crónicas reunidas em livro. Escolhi o primeiro volume. Deliciei-me. Depois peguei no livro em que foram reunidas as cartas que durante a sua comissão em Angola ente 1971 e 1973, enviou à sua esposa, Maria José Lobo Antunes, com quem tinha acabado de casar. Reli algumas das cartas e descobri que, tanto com com estas cartas como com a de muitos outros militares que estiveram nas Colónias, se poderia sem dúvida acrescentar algo de valioso à recente história da Guerra Colonial. Nessas cartas encontrei referências à existência de pilotos sul-africanos que ajudavam os portugueses na guerra, ao reconhecimento que em certos aspectos o armamento dos movimentos de libertação era superior ao nosso. Julgo que a correspondência de guerra ainda não foi devidamente estudada e trabalha para nos dar um prespectiva mais apurada de uma realidade que os soldados tiveram de enfrentar e que a maioria, por baixos graus de instrucção, não sabia ou não queria comentar. Parece que esta parte da nossa História ainda é um Tabu.
Parabéns, António.

9 comentários:

  1. Olá, Pedro!
    Venho pedir-lhe que me motive a ler ALA!! Tenho um livro dele na minha mesinha de cabeceira, comecei a ler e não consegui continuar. Vou tentar novamente :)
    Acho que posso explicar isto... ele autografou o dito livro e não achei nada simpático o autor, pelo contrário... deixou-me especada à espera que me desse o autógrafo enquanto conversava com um senhor sentado ao seu lado... Talvez a resistência venha daí...

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  2. às vezes ligamos demasiado a obra ao autor. Eu não posso com o Saramago, pelo que fez no Diário de Notícias, lançando no desemprego 21 jornalistas probos, só porque não aderiram ao PCP e essa antipatia agravou-se quando, na cerimónia da atribuição do Prémio Nobel, que não contesto, tratou mal uma funcionária do protocolo amesquinhando a senhora, dizendo que ela não sabia com quem estava a falar. Contudo tenho toda a sua obra, embora não tenha lido todos os livros, nalguns casos por repetitivos nas mensagens.

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  3. Joaquim Carreira Tapadinhas

    Em todo o caso, não é um Nobel que faz um grande autor. Salvo raras excepções, o Nobel foi sempre entregue a escritores medíocres.
    As pessoas é que não têm hoje grande sentido crítico e comem tudo o que lhes impingem.

    Santana - Maia Leonardo

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  4. Caros amigos, não é pelo facto de se gostar do que um escritor escreve que temo de admirar em tudo o que faça. A questão do Saramago, caro Joaquim, é deveras conhecida e óbviamente não posso concordar com essa atitude. Eram os tempos do PREC. Tento sempre separar o obra do escritor. De Saramago só consegui ler, de que gostei imenso, os primeiros livros até ao "Ano da Morte de Ricardo Reis", os outros não gostei nada, por mais adaptações que façam ao cinema. O Nobel foi-lhe atribuído porque a sua editora consegui fazer uma excelente campanha de marketing e isso também é mais que sabido, Aliás nas promoções dos seus livros por havia umas inovações de modo a que o lançamento tivesse mais visibilidade como aquela de editar um livro em papel reciclado. Adiante. À Maria do Céu só lhe posso dizer o seguinte. Fui lendo ALA até ao dia em que começei a achar as suas obras demasiado extensas e repetitivas. Parei. No entanto, os seus livros de crónicas, reúnem algumas que são pérolas para mim. É um autor. que como muitos aceita muito mal uma crítica menos favorável e se acha o melhor escritor do mundo e como muitos lisboetas é um autêntico convencido, mas das crónicas e de alguns dos seus primeiros livros eu acho-os geniais. Obrigado pela atenção, colegas.

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  5. Caros amigos

    Ainda bem que a partir da obra do ALA, passando pelo Saramago, se deu um pouco de alento a este blogue, onde parecia que se armazenavam artigos e ninguém os comentava. É bom que troquemos impressões sobre o que se escreve, nem sempre suficientemente compreensível em profundidade para os outros, porque cada um de nós é um ser único.

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  6. Concordo plenamente. Para mim faz sentido participar num blogue, não como meio de colocarmos unicamente as nossas queixas e desalentos do dia-a-dia, mas falar de assuntos que possam e aconselham a ser debatidos porque mesmo ao seu autor não lhe fará mal nenhum ouvir o que outros tem a dizer sobre o assunto. Se não tenho participado mais em comentários oportunos a razão é simples. Não tenho internet em casa e por isso uso a da biblioteca que tem horários...

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