Caros Amigos,
A morte do concidadão António Borges colheu-me de surpresa, uma vez que desconhecia o seu terminal padecimento.
Nesse sentido, o meu sentido pesar e as minhas condolências à família enlutada.
Agora, como figura pública terei de tecer algumas breves considerações,
Assim, o seu currículo académico e laboral é deveras invejável, mas que não invejo, uma vez que, conforme reza a Imprensa, foi uma influente figura da Direita Liberal, o que não é nada invejável aos mais elementares princípios humanísticos em relação a qualquer ser humano, considerado completamente descartável se não der o suficiente lucro para que foi compactado.
Entretanto, eis algumas curtas frases proferidas por certas figuras públicas da nossa cada vez mais aviltada praça:
1 – ‘foi um dos economistas mais brilhantes da sua geração’, disse Cavaco Silva – presidente da república; 2 – ‘figura de grande prestígio técnico e académico’, alvitrou Passos Coelho – primeiro-ministro; 3 – ‘economista brilhante, com pensamento forte e estruturado’, bocejou Marques Mendes, ex-líder do PSD; 4 – ‘exemplo de alguém que lutou por aquilo em que acreditava’, afirmou Jorge Coelho – ex-ministro do PS.
Também ficará para a história de todos os deserdados deste país o ter defendido acerrimamente a redução de salários para melhorar a competitividade da Economia, ou quando considerou os empresários de uns completos ignorantes, por não concordarem com a redução da TSU – taxa social única para as empresas, diminuindo a estas, e aumentando a mesma para os trabalhadores.
Perante uma figura tão convicta daquilo que defendia, propunha e gostaria de impor aos outros, nunca vislumbrei nada de bom para aqueles que se submetessem a tais desígnios tão ferreamente arquitectados.
É que a desgraça de milhões é a glória de uns quantos, e pode até levar a um verdadeiro holocausto para a Humanidade.
José Amaral
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