Às vezes dou comigo a tergiversar em cogitações que se me
enredam no pensamento.
Assim, pensando, enleado a sobrenomes e apelidos pessoais,
mergulho no âmago de tais nomes, pensando em parelhas que poderão ficar
célebres ou não pelos bons ou maus motivos.
Então, vamos à primeira parelha que nos saiu na rifa: a do
coelho com portas da nossa masmorra colectiva, que nos tem sacaneado até mais
não.
A segunda parelha refere-se aquele relvas que foi às malvas.
Uma criação tentacular das malhas do poder, onde tudo é e lhe foi permitido, em
que com o apadrinhamento de gentes improváveis e rascas têm tido emprego para
sempre, à custa daqueles a quem tudo é negado.
A terceira parelha prende-se com a bicolor cor partidária
raiada com cores de feira, que se tem alternado, como numa casa de alterne, nas
cadeiras do poder, em que tudo tem sido feito em proveito próprio, em
detrimento dos ‘bobos’ que, por infelicidade colectiva, os têm alcandorados em todos
os lugares de decisão.
A quarta parelha na berra é composta por um bento e um rato,
que irá/ irão gerir o que tem sido um fabuloso prato dourado, uma espécie de ‘santo
graal’ de uma família que por obra e graças de um terreno ‘espírito-santo’ tem
há longos anos vivido à farta neste quintal lusitano, onde uns poucos comem o
milho todo e a turba, não comendo nada, entra só nas estatísticas para não
borrar a escrito de todos os galos que têm estado em todos os dourados
poleiros.
José Amaral
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