terça-feira, 15 de julho de 2014

Uma morte (e uma vida) feliz



Soube da sua morte, este domingo. Parece que lutava contra um cancro, mas morreu durante o sono e em sua casa. Tinha a bela idade de 90 anos!
Fui buscar Ninguém Me Seguirá (1994) à prateleira. O único livro que li da escritora, da «africana branca» como gostava de se definir. Abri e cheirei o livro fechado há quase vinte anos. 
Frases sublinhadas e transcritas nas páginas brancas do volume: "Uma só vida temos na qual queremos apenas ser amados para sempre" (citou Gordimer, de Antjie Krog); "Há sempre alguém de quem ninguém se lembra" (esta é a segunda frase do livro); "A sua vida era toda contacto: de dia, o corpinho roliço e macio da filha, tépido e húmido de encontro à anca, as mãos do filho já espigadote, cheias de arranhões e ásperas por causa das lutas e brincadeiras com os outros; as carícias de quando fazia amor"; "as pessoas matam-se se as fizeram envergonhar-se das suas vidas."
Acho que o vou reler.
Obrigada, Nadine. Você não será esquecida... Um pouco de si permanece nas nossas casas e nas nossas vidas, portanto.

(Público, 17-7-2014)

3 comentários:

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