Santana-Maia Leonardo - Público de 26-7-2014
Um ministro que recorre aos métodos dos estudantes universitários da UDP, para fintar os sindicatos do PCP, na marcação do teste dos professores, não pode estranhar que os professores se comportem, depois, como alunos indisciplinados.
Quem não se dá ao respeito não merece ser respeitado. Aliás, um ministro deste quilate e professores desta estirpe não têm autoridade moral para falar em indisciplina nas escolas. Muito bons são os piores alunos quando comparados com um ministro e professores destes... E se esta prova serviu para alguma coisa foi precisamente para demonstrar, a quem ainda tivesse alguma dúvida, de quais os responsáveis pelo estado de degradação a que o nosso ensino chegou.
Quanto à prova propriamente dita, nem o Ministério da Educação, nem os professores têm razão, nas razões que apresentam para fazer e não fazer a prova.
Por um lado, invocar hoje licenciaturas e mestrados como atestado de competência, como fazem os professores, dá vontade de rir tendo em conta o nível de degradação, corrupção e anarquia que tomou conta de todos os graus de ensino. Deveria, por isso, ser imposto um exame de acesso em todas as profissões, uma vez que as licenciaturas e mestrados não têm qualquer credibilidade, uma vez que tanto certificam quem sabe como quem não sabe ler nem escrever.
Por outro lado, impor uma prova de charadas a professores com anos de serviço com o pretexto de os avaliar é uma ofensa à inteligência. Com efeito, a partir do ingresso nas profissões, avaliação deve continuar a ser rigorosa mas já não através de exames mas, sim, com a avaliação do exercício e, no caso dos professores, através de aulas assistidas, da avaliação dos materiais utilizados e produzidos, da assiduidade e da comparação dos resultados.
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