Todos sabemos que, com a chegada das andorinhas, chega a
Primavera, com dias mais amenos, após a partida do Inverno, em que os dias
foram muito frios e chuvosos.
E também sabemos que, com a chegada dos nossos emigrantes,
chega o Verão, pleno de calor, tanto a nível ambiental, como dos corações dos
seus familiares e dos amigos, que se encontram, após uma longa ausência em
busca do sustento que na sua pátria lhes fora negado.
E com este fraternal abraço de uma diáspora lusitana
espalhada pelos quatro cantos do mundo, em que as caravelas dos nossos
antepassados sulcaram mares nunca dantes navegados, o MUNDO RURAL, mais do
qualquer outro, recebe de braços abertos e coração limpo os seus filhos que
partiram, tal como o filho pródigo foi recebido em festa em casa do senhor seu
pai.
Então, as festas religiosas, entremeadas com muitos festejos
pagãos, são ‘porta sim, porta sim’ por essas aldeias além, vilas e lugarejos
recônditos, mas que são as verdadeiras raízes da pátria lusíada.
E todo o território desertificado, que durante onze meses no
ano é também esquecido e abandonado pelo poder central que só tem olhos para as
tágides, renasce das cinzas e alegra-se em uníssono à volta daqueles que, todos
os anos, vêm recordar a terra de onde partiram e abraçar aqueles que cá
deixaram.
Texto também publicado no blogue Ovar Novos Rumos
Texto também publicado no blogue Ovar Novos Rumos
José Amaral
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