domingo, 27 de julho de 2014

Os nossos emigrantes



Todos sabemos que, com a chegada das andorinhas, chega a Primavera, com dias mais amenos, após a partida do Inverno, em que os dias foram muito frios e chuvosos.
E também sabemos que, com a chegada dos nossos emigrantes, chega o Verão, pleno de calor, tanto a nível ambiental, como dos corações dos seus familiares e dos amigos, que se encontram, após uma longa ausência em busca do sustento que na sua pátria lhes fora negado.
E com este fraternal abraço de uma diáspora lusitana espalhada pelos quatro cantos do mundo, em que as caravelas dos nossos antepassados sulcaram mares nunca dantes navegados, o MUNDO RURAL, mais do qualquer outro, recebe de braços abertos e coração limpo os seus filhos que partiram, tal como o filho pródigo foi recebido em festa em casa do senhor seu pai.
Então, as festas religiosas, entremeadas com muitos festejos pagãos, são ‘porta sim, porta sim’ por essas aldeias além, vilas e lugarejos recônditos, mas que são as verdadeiras raízes da pátria lusíada.
E todo o território desertificado, que durante onze meses no ano é também esquecido e abandonado pelo poder central que só tem olhos para as tágides, renasce das cinzas e alegra-se em uníssono à volta daqueles que, todos os anos, vêm recordar a terra de onde partiram e abraçar aqueles que cá deixaram.

Texto também publicado no blogue Ovar Novos Rumos

José Amaral


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