‘Jogos do Poder’ é o título de um livro de Paulo Pena,
jornalista e repórter do PÚBLICO, em cuja capa logo está escarrapachado o
seguinte desabafo: toda a verdade sobre os bancos portugueses e a forma com
criaram a dívida que todos temos de pagar.
E, no seu introito, se a isso pode ser chamado, temos lá um
pequeníssimo excerto, tirado de uma longa entrevista que Giorgio Agamben,
filósofo italiano, deu em Agosto de 2012.
Ei-lo, o excerto: 'Deus não morreu; transformou-se no
dinheiro. O Banco – com os seus peritos e autómatos sem rosto – tomou o lugar
da Igreja e dos padres, e através do controlo do crédito (até emprestando
dinheiro ao Estado, que abdicou da sua soberania flagrantemente), manipula e
gere a fé – a escassa e incerta fé – que ainda subsiste no nosso tempo'.
Depois, o Governo do Passos e do Portas, mais o grupo que
acolita o inquilino de Belém, ele mesmo, bem como os porta-vozes deles mesmos,
colocados em vários órgãos da Comunicação Social ou em outros postos de
comando, afrontam-nos incessantemente com slogans propagandísticos e altamente
insultuosos de que: somos piegas; maus profissionais; que vivemos acima das
nossas possibilidades; se não temos emprego, que o busquemos fora de portas,
emigrando, porque não são os nossos paizinhos; que é altamente criminoso
pedirmos o aumento do salário mínimo; que eles, sim, merecem tudo que ganham e
que nos roubam; que somos uns biltres mal-agradecidos; e outros epítetos
gramaticais cada vez mais baixos.
Pergunta final: será que merecemos isto, ou ainda muito mais?
José Amaral
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