terça-feira, 3 de março de 2015

Quatro exemplos de lerdo


As desonestidades têm sido tantas ao mais alto nível, que tive de recorrer ao termo regional de ‘lesinho’, que não é nem mais nem menos do que o correcto termo de lerdinho, diminutivo de lerdo, para se dizer popularmente de que alguém ‘não fecha bem a tampa’ que é um verdadeiro ‘bronco’, que é tão estúpido que chega ao ponto de fazer dos outros de estúpidos.
E todo este introito para expressar algumas situações afrontosas, que em tais imorais topos eclodiram nos últimos tempos.
Assim, lembram-se daquela espécie de ‘calimero’, director bancário do desaparecido BPN, que publicamente confessou que assinava tudo aquilo que lhe davam para firmar, sem saber o que fazia, apesar de ganhar ‘ilicitamente’ rios de dinheiro?
E aquele senhor topo de gama das telecomunicações que - laureado no último 10 de Junho em que deu o fanico ao senhor PR -, interrogado na comissão de inquérito no seio da AR acerca do saqueado BES, afirmou nada saber sobre a trasfega de 900 milhões de euros da PT para o evaporado grupo espírito santo, um covil de malfeitores?
E como é que um trabalhador independente de alto gabarito em honestidade se esqueceu – e parece que o mesmo terá acontecido a outros 67 000 em igual período – de pagar à Segurança Social o que era devido fazer em tempo oportuno? É que a milhares e milhares de trabalhadores dependentes tudo lhes é escrutinado e pelo mínimo incumprimento confiscam-lhes o vencimento.
E aquela senhora que já foi a maior dama de Portugal ter tido o desplante de, após visita ao recluso 44 em Évora, ter afirmado salomonicamente que ‘uma pessoa como ele tem de estar inocente’?
E por estes poucos exemplos me fico, apesar de milhares que enxameiam e envergonham o país.


José Amaral

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