sábado, 9 de maio de 2015

Ainda sobre o famigerado desacordo ortográfico


Sobre o inculto e imposto AO – acordo ortográfico – já muito se disse e muito ainda se irá falar e escrever.
Todavia, fico cada vez mais exasperado com o que se vai escrevendo e que me leva constantemente ao engano.
Assim, há dias, na primeira página do jornal que leio todos os dias, em letras vermelhas, vinha o seguinte título: Fisco para venda automática de casas penhoradas. E remetia-nos o desenvolvimento da notícia para a página 12.
Mas, de imediato, comecei a fazer conjecturas acerca do vocábulo PARA. Seria uma normal preposição ou o quê?
Até pensei que passava a haver um sector do Fisco para fiscalizar a venda automática de casas penhoradas! Mas não.
O dito cujo vocábulo PARA era simplesmente um modo verbal do verbo PARAR no presente do Indicativo, conjugado na 3ª pessoa do singular, sem o acento agudo no primeiro ‘a’, como pede o actual modo de escrever e linguajar.
Então, remetendo-me para a página 12, eis o título garrafal a negro, como anunciando o luto fúnebre da nossa vera e rica Língua Materna: Fisco trava venda de casas penhoradas.
Logo, os senhores jornalistas usaram, no caso vertente, o verbo TRAVAR como sinónimo do verbo PARAR, para (preposição) tornarem claro o absurdo desacordo ortográfico.
Este famigerado e estúpido AO espelha bem o modo rasca com que os incultos – colocados aonde não deviam estar - tratam os valores maiores da Pátria Lusitana, actualmente à mercê de um qualquer safardana.


José Amaral

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