Sobre o
inculto e imposto AO – acordo ortográfico – já muito se disse e muito ainda se
irá falar e escrever.
Todavia,
fico cada vez mais exasperado com o que se vai escrevendo e que me leva
constantemente ao engano.
Assim, há
dias, na primeira página do jornal que leio todos os dias, em letras vermelhas,
vinha o seguinte título: Fisco para venda automática de casas penhoradas.
E remetia-nos o desenvolvimento da notícia para a página 12.
Mas, de
imediato, comecei a fazer conjecturas acerca do vocábulo PARA. Seria uma normal
preposição ou o quê?
Até pensei
que passava a haver um sector do Fisco para fiscalizar a venda automática de
casas penhoradas! Mas não.
O dito cujo
vocábulo PARA era simplesmente um modo verbal do verbo PARAR no presente do
Indicativo, conjugado na 3ª pessoa do singular, sem o acento agudo no primeiro
‘a’, como pede o actual modo de escrever e linguajar.
Então,
remetendo-me para a página 12, eis o título garrafal a negro, como anunciando o
luto fúnebre da nossa vera e rica Língua Materna: Fisco trava venda de casas penhoradas.
Logo, os
senhores jornalistas usaram, no caso vertente, o verbo TRAVAR como sinónimo do
verbo PARAR, para (preposição) tornarem claro o absurdo desacordo ortográfico.
Este
famigerado e estúpido AO espelha bem o modo rasca com que os incultos –
colocados aonde não deviam estar - tratam os valores maiores da Pátria
Lusitana, actualmente à mercê de um qualquer safardana.
José Amaral
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