Fiquei de alguma forma estupefacto e de decerta forma algo surpreendido, mas não com alguma pena desse senhor, com o que acabei de ser informado, que o pianista, compositor, escritor, maestro português, e que se dedica esporadicamente a outras actividades como a realização de programas de televisão sobre música, que é o Senhor António Victorino Goulartt de Medeiros d’Almeida, nascido em Lisboa a 21 de Maio de 1940, hoje com precisamente com a bonita idade de 74 anos, que se venha a queixar publicamente, que vive (miseravelmente…nota deste autor), com a miséria de uma reforma de 288 euros.
Pergunto, como cidadão como pode um homem com o grande currículo cultural como do Senhor maestro, e mais não sei de quantas facetas culturais e que chega a esta idade da vida com a reforma, miserável que vem reclamar. Será, pergunto eu, sem fazer qualquer julgamento, que o citado Senhor maestro, enquanto ao longo da sua vida com diversas actividades, não fez, quando dos seus contractos, os devidos descontos para a Segurança Social, pois com a sua cultura, pois não se trata de um cidadão qualquer, pois sabia bem-fazer bons contractos e nunca pensando, em proceder aos devidos descontos, já me parece o nosso Primeiro-Ministro Passos Coelho que desconhecia que tinha que proceder aos devidos descontos para a Segurança Social, pois nunca pensou que um podia chegar a esta altura da sua vida e não fazendo descontos para a Segurança Social, não poderia decerto esperar outra coisa…não, tenho o senhor maestro como uma pessoa inculta. No fundo acaba por ter o resultado do que não semeou enquanto a mina durou, não pensou no seu futuro, não salvaguardando. Se todos os outros cidadãos fizeram os seus descontos normalmente e têm as reformas que todos nós temos conhecimento, o que esperava o senhor maestro? Milagres? Neste País, onde os reformados que fizeram, com manda a lei proceder aos seus devidos descontos e que têm as reformas que todos sabemos, pensava o senhor maestro que para ele ia ser diferente? Como tal não tem razão nenhuma.
(Texto-opinião publicado na edição Nrº. 45.548 do Diário de Notícias da Madeira de 18 de Maio
de 18 de Maio de 2015)
(Texto-opinião publicado na edição do Jornal de Notícias de 11 de Junho de 2015)
Mário da Silva Jesus
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