Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
SEG/SEB
Anda tudo às avessas, e não sabemos se há nisso um propósito para nos enganar. Um grupo de endinheirados, aonde não se vê um descamisado, um desdentado, um colarinho roto, um pé descalço, anda por aí de sede em sede do BES/GES, empunhando cartazes a exigir os seus depósitos que tinham a render de forma a obter o máximo lucro como se vissem naquele banco regulado pelo espírito santo uma mais garantida D.Branca a geri-lo, e sob as suas modalidades propostas, ou promessas de rendimento a uma taxa interessante que eles aceitaram e de onde tiravam bom proveito. Nenhum deles deu nota, ou pensou alguma vez dividir os lucros que obtinham, com o povo, que não tem um tostão para sequer mandar cantar um cego, mesmo à porta de uma agência e a tocar acordeão. Entre os manifestantes no entanto há os que tocam pratos, fazem soar apitos e pandeiros, tornando a reunião de protesto numa festa. Também sabem tais depositantes, que dinheiro em banco colocado à ordem ou a prazo, é risco corrido. Mas eles agora querem dividir o prejuízo pela perda do seu pecúlio ou poupanças, por todos nós, contribuintes e pedintes, e nunca se manifestaram nem mandaram tocar os sinos para dividir os lucros enquanto se acumularam nas suas contas. Recorrem à velha desculpa, armados em patetas ou anjinhos, de que ignoravam qual o tipo de investimento que o gestor de conta do banco tinha feito, ou o fez sem ter dado conhecimento ao cliente que aceitou fazê-lo e assinou o contrato. Nenhum dos manifestantes tem cara de analfabeto, mas querem agora passar por coitadinhos, que nunca tinham ouvido sequer falar de papel comercial . Só conheciam notas de quinhentos a render numa perspectiva de lucro fácil, chorudos juros como se estivessem numa loja secreta e mais segura que casino. O povo tem as costas largas e cala-se, não reclama quanto devia, e não vigia os seus gestores políticos com a atenção que se requer, e um dia ainda acorda com mais esta excepcional conta para pagar o que não deve, mas que o Banco de Portugal anunciará numa madrugada qualquer, esmagado pela pressão dos manifestantes e investidores. E num tom sob encomenda eleitoralista, lhes aparecerá o governador descuidado e suspeito a justificar com pompa e circunstância, o buraco provocado com fins lucrativos. Como endireitar isto?
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