Li que é
preciso transformar o que não funciona, ou como é legítimo preservar o que mostrou
a sua utilidade ao longo do tempo.
Todavia, em
nome de uma ‘filosofia da vaidade’ muito em uso, arrasa-se o que funciona e
preservam-se futilidades.
Assim, numa
reflexão ética, os homens devem ser julgados pelos seus exemplos, ou pelas suas
belas palavras?
É que não
existe ditador ou sanguinário, tal como travestidos democratas, que nos seus
discursos não façam apologia da liberdade, da igualdade, ou da fraternidade,
enquanto, ao mesmo tempo, escravizam, empobrecem e executam o seu povo ‘tão amado’.
Portanto,
não devemos optar por pugnar pelas causas do politicamente correcto, tais como,
por exemplo: o antiamericanismo demencial, ou o ódio visceral a Israel – a
única democracia de todo o Médio Oriente; ou prometer-se o que nunca se pensou
cumprir.
Já La
Rochefoulcauld afirmara que ‘a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à
virtude’.
Logo, não
façamos a outrem aquilo que não queremos que nos façam, ou de nós digam.
Sejamos,
pois, honestos q.b., livres do vício que homenageia a virtude, só para nos
enganar, nos enganarmos, ou a outrem isso fazermos.
Então, uma
das coisas mais difíceis de ter em atenção é que o valor de um homem numa área
determinada não constitui uma garantia do seu igual valor em um outro sector,
pelo que nunca deveremos misturar os dois lados de uma moeda, pois ambos não
são iguais.
De igual modo, devemos sempre separar o talento
artístico/profissional da mensagem política que existe em cada um de nós.
E, se um dia
quisermos mesmo ajudar alguém, digamos-lhe a verdade. Todavia, se pelo contrário,
quisermos tirar dividendos para nós mesmos, digamos-lhe apenas aquilo que esse
alguém quer ouvir.
José Amaral
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