quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

BELÉM, PARTIU-SE O VERNIZ...



Já estávamos habituados a políticos trauliteiros do sexo masculino. Designadamente no PS, estou a lembrar-me de Santos Silva, Carlos César e outros. No feminino socialista, a "tropa de choque" tem sido liderada por Ana Gomes. Edite Estrela é muito assertiva também, mas num estilo mais suave e irónico. Maria de Belém Roseira, candidata presidencial, não quis ficar para trás no feminino socialista e decidiu passar ao ataque a Marcelo Rebelo de Sousa. Numa recente entrevista à SIC, este último posicionou-se ao centro político, como lhe compete, se quiser ganhar a eleição. Claro que os adversários não gostaram e denunciaram, como seria normal, esta súbita deriva para o centro e até para uma esquerda democrática (o antigo PS). Mas mesmo o PCP, não conseguiu chegar aos calcanhares de Maria de Belém Roseira, quando esta, por outras palavras, chamou "fascista" a Marcelo. Belém é muito inteligente, e como não conseguiu insultar Marcelo de "fascista" com todas as letras, veio, de forma mais melíflua, afirmar que Marcelo lhe fez lembrar as "conversas em família" do ditador Marcelo Caetano. Não havia necessidade, caríssima senhora, de descer a este nível. A minha anterior admiração, que até admitiu que numa segunda volta pudesse votar em si, feneceu agora. Chamar ditador ou "fascista", por outras palavras a Marcelo, é demais, não pode ser desculpado, e fico triste por a generalidade da imprensa e mídia lhe ter feito a prebenda de não a criticar por isso.
OBS. Este artigo foi publicado na íntegra no Jornal Público, na sua edição de 10/12/15
Foi também publicado no semanário Expresso, na sua edição de 12/11/15.

2 comentários:

  1. Tanta tolerância deixa-me comovido, senhor Manuel. Então não vê que estão em campanha? Ou queria que Maria de Belém fizesse um "cafuné" a Marcelo?... Aqui vai alho: Viva o prof. Sampaio da Nóvoa, que é minhoto, como eu...

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  2. Eu esperava discussão, críticas ou mesmo ataques, se fundados. Agora ligar o Marcelo à ditadura, é um ataque baixo e sem nível nenhum, que de certa maneira até beneficiou Marcelo. Se tivesse sido o Alegre ou o Santos Silva, ou mesmo a Ana Gomes, "business as usual". Da Belém esperava outra coisa. A culpa deve ser minha, exactamente por isso. Sobreavaliei-a... Abraço na divergência (habitual).

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