SOMOS
O QUE QUEREMOS SER?
Um bom
indicador do povo que somos são as diversões que nos dão gozo – o tipo de
livros e jornais que escolhemos para ler, programas televisivos, cinema – que depois
se reflectem no tipo de gente que escolhemos para a governação do país, nos
mais variados escalões.
E temos
escolhido tão bem ou tão mal que nos encontramos sempre no mesmo marasmo, um
passo à frente, dois atrás e vice-versa.
Quando a
figura que ainda ocupa a chefia do Estado se preparava para segundo mandato,
escrevi que estávamos pior do que no início do primeiro, e que dali a cinco
anos estaríamos ainda pior. Não era preciso ser bruxo…
De facto,
ainda o sujeito era chefe de Governo, já se dizia que era como os eucaliptos,
secando tudo à sua volta, e a verdade é que tem sido isso mesmo; um pobre
diabo, mas grandemente malfazejo, sobretudo pelo elevado conceito que tem de si
próprio, que o impede de ver a realidade à sua volta e em nada se traduziu em
benefício do país, a não ser, talvez, servir de adorno das paredes da casa dos
que gostam dele.
Para aumentar
a náusea dos que não vêem a hora de se verem livres dele, nunca perde a
oportunidade de nos atirar à cara que foi eleito quatro vezes com maioria
absoluta, o que até é verdade, para nossa grande vergonha!
Amândio
G. Martins
Quem é que poderá discordar de si, amigo Amândio? Sintetizou na perfeição, o povo que somos. Merecemos mais? Guerra Junqueiro, definia-nos como um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio. Mas depois dizia que o adorava porque sofre e é bom. Portanto, se calhar merecemos melhor! Só que a nossa imbecilidade não o permite. Apesar de termos gente boa, andamos sempre a ser levados por cavacos.
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