sexta-feira, 10 de julho de 2020


Normalizar o insulto!...


Nas discussões e diferendos entre gente comum, o insulto nem chega a sê-lo dado que,  em muitas circunstâncias, é mesmo a linguagem que melhor serve os contendores; mas que gente “da alta” possa defender esse modo de comunicar, por não encontrar argumentos mais eficazes para responder às acusações que lhe são feitas, eis o que me parece nada edificante.

Mas foi isto que propôs Pablo Iglésias, um dos vice-presidentes que Pedro Sánchez se viu obrigado a ter de aceitar, para conseguir formar um governo de coligação; e a coisa, com altos e baixos, lá se tem aguentado, embora pondo à prova a paciência do presidente, que não tem tido descanso para segurar aquilo a que a Direita chama de “governo Frankestein”.

Acossado pela Oposição e pela Comunicação Social, por causa de um episódio antigo relacionado com a perda, ou roubo, de um telefone móvel da sua acessora jurídica -  que acabou por ir parar às mãos do  famoso comissário “Villarejo”, actualmente preso por estar associado a montanhas de actos corruptos - em que Iglésias figurava como queixoso mas agora, depois de os investigadores acederem à memória do dito aparelho, passou a suspeito de actos ilegais, este alto membro do Governo, cansado de lhe estarem sempre a falar no mesmo, saíu-se com essa de “naturalizar” o insulto contra jornalistas e outras figuras públicas que o importunem com essa história, o que provocou um “levantamento” geral de jornalistas e as delícias da Oposição...


Amândio G. Martins

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