Não sou tão antigo como pensava...
Só agora reparei - pois nunca tinha associado a coisa - que sou da idade do biquíni, de um tempo novo,
portanto; de facto, tendo sido feito ainda em tempo de guerra, e chegado ao
mundo após ela terminar, tinha nascido também, uns dias antes, a famosa
vestimenta. Honra seja prestada ao engenheiro mecânico que o concebeu, assim
como à “desavergonhada” que se atreveu a vestí-lo em público pela primeira vez,
que só poderia ser uma pobre dançarina, com pouco ou nada a perder por, naquele
tempo, serem vistas como gente de muita baixa condição.
“Refeitinha” de carnes, aquela Micheline Bernardini sorri
algo contrafeita, na borda da piscina onde foi feito o lançamento, decerto por
nunca se ter visto naqueles preparos em público; é que embora a parte
triangular ainda tivesse muito pano, não evoluiu assim tanto até hoje,
comparando com as “vamps” que o JN escolheu para contrastar.
Porque o atol de Bikini era o local onde os americanos
experimentavam as novas bombas, o criador serviu-se daquele nome para também
lançar a sua "bomba", esta bem mais divertida; diz-se no JN que o tecido
estampado com reproduções de jornais aludia à preocupação que os criminosos
bombistas tinham em tapar as partes íntimas dos habitantes do local com folhas
de jornais antigos, pois andavam nus e
sofreram os efeitos colaterais das experiências...
Amândio G. Martins
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