quarta-feira, 15 de julho de 2020

Confinamento sem segunda vaga

Ao admitir que o confinamento generalizado não se repetirá, António Costa poderá ser o primeiro líder na Europa a reconhecer o erro e o excesso das medidas tomadas em Março. Não teremos as condições necessárias para suportar os seus efeitos, como, aliás, não tínhamos no início da pandemia. É certo que ninguém sabia muito sobre o vírus, como a própria Ciência admitia, elemento suficiente para que houvesse mais prudência nas medidas a tomar. Mas os Estados (quase todos), em cadeia, lançaram-se às cegas no abismo do desconhecido, apoucando o papel fundamental da higienização, do distanciamento social ou do uso de máscara. As consequências não tardaram a aparecer e vão-se avolumar no futuro próximo, como as mortes (de que pouco se fala) por efeitos marginais da luta contra a covid-19, ou as vítimas de toda a ordem pelo afundamento da economia. E isto não é defender o primado da economia sobre a saúde, é exactamente o contrário, como se verificará no futuro com os cortes orçamentais que atingirão todos os sectores, incluindo o da Saúde

Expresso - 18.07.2020 (expurgado das partes sublinhadas).

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