Partindo pedra...
O texto que segue abaixo é parte de um artigo escrito por
Jacques Atalli, no jornal Le Monde, em 1 de março de 1980; a curiosidade para
mim é que, “mutatis mutandis”, podia ser escrito para hoje.
“Que a crise seja toda feita de ambiguidade é algo que
parece evidente: ela é ao mesmo tempo dificuldade para o capital e para os
homens que o servem, ao mesmo tempo diminuição do lucro e do emprego; ela é
trambém um momento em que as sociedades hesitam entre vários futuros possíveis.
Que a crise esteja em vias de terminar parece um paradoxo, quando afinal nunca
houve tanto desemprego, desigualdade e falências. Na realidade, o que termina é
a crise do capital; ao nível mundial, o capital recuperou todas as fontes de
lucro que tinha antes e mais ainda.
Era de esperar: as concentrações industriais, os enormes
progressos de produtividade, as alterações tecnológicas, as pressões morais e
financeiras sobre os assalariados, a espoliação dos emprestadores acabaram por
produzir novas fontes de lucro. Além disso, os preços do petróleo atingiram níveis
de tal ordem que existe hoje no mundo toda a energia fóssil que se quiser ao preço
actual e, enfim, as altas do ouro e das outras rendas dos países ricos
financiam-lhes largamente qualquer custo suplementar...
Transcrito por Amândio G. Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.