sábado, 4 de julho de 2020


Partindo pedra...


O texto que segue abaixo é parte de um artigo escrito por Jacques Atalli, no jornal Le Monde, em 1 de março de 1980; a curiosidade para mim é que, “mutatis mutandis”, podia ser escrito para hoje.

“Que a crise seja toda feita de ambiguidade é algo que parece evidente: ela é ao mesmo tempo dificuldade para o capital e para os homens que o servem, ao mesmo tempo diminuição do lucro e do emprego; ela é trambém um momento em que as sociedades hesitam entre vários futuros possíveis. Que a crise esteja em vias de terminar parece um paradoxo, quando afinal nunca houve tanto desemprego, desigualdade e falências. Na realidade, o que termina é a crise do capital; ao nível mundial, o capital recuperou todas as fontes de lucro que tinha antes e mais ainda.

Era de esperar: as concentrações industriais, os enormes progressos de produtividade, as alterações tecnológicas, as pressões morais e financeiras sobre os assalariados, a espoliação dos emprestadores acabaram por produzir novas fontes de lucro. Além disso, os preços do petróleo atingiram níveis de tal ordem que existe hoje no mundo toda a energia fóssil que se quiser ao preço actual e, enfim, as altas do ouro e das outras rendas dos países ricos financiam-lhes largamente qualquer custo suplementar...


Transcrito por Amândio G. Martins

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.