“Mascarilla milagro?”
A malfadada pandemia, ao mesmo tempo que põe de pernas para
o ar a vida de tanta gente, é também o “pão com manteiga” de muitos outros, que
partiram logo em busca de tirar do problema bom partido; é o caso daquela
empresa de Santo Tirso que, desde abril passado, vem fabricando com sucesso uma
máscara que não só lhe permitiu tirar do “layoff” 500 pessoas, como protege do
vírus quem a usa e o inactiva em pouco tempo, mesmo depois de sujeita a mais de
cinquenta lavagens.
Como tamanhas vantagens por tão pouco dinheiro – apenas dez
euros – teria forçosamente que despertar atenção, vi um dia destes a dita máscara
“escalpelizada” numa TV espanhola, que convidou uma especialista para debater o
tema, a que deram o título de “Mascarilla milagro?”; e a tal senhora, de nome
Deborah Garcia Bello, mesmo sem dispor de nenhuma ali, apenas imagens, reduziu
a “pó de traque” o artefacto português, deixando claro que não passava de “un
fraude”, que nem estava homologada oficialmente em lado nenhum, pelo que
aconselhava a que não comprassem aquilo, para gáudio dos restantes convidados,
que concordaram totalmente.
Ora bem: diz a notícia do JN que a “nossa” máscara superou
com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo
Antunes, intervindo o investigador e
virologista Pedro Simas na análise à capacidade de travar o vírus, tendo sido observada
uma redução de 99% ao fim de uma hora; todavia, para aquela gente que na TV “La
Sexta” dedicou um bom bocado de tempo ao assunto, podia lá ser que em Portugal
tivessem “descoberto a pólvora”, embora também não apresentassem nenhuma evidência
de que não é verdade a informação que acompanha a máscara, para a qual
trabalhou também a Universidade do Minho...
Amândio G. Martins
Desde 1640 que "nuestros hermanos" não param de verter lágrimas de crocodilo.
ResponderEliminarMais uma história "desencontrada" desta pandemia...
ResponderEliminarO que me surpreendeu mais foi a preocupação de todos em "demolir" a máscara; de facto, tendo sido convidada uma pessoa da investigação científica, tinha todo o sentido que a conversa fosse dirigida para a investigação que se impunha fazer e só depois, com dados fiáveis, reprovar ou aprovar...
ResponderEliminarPois esse é que é mesmo o ponto! E preocupante, pois dá força a todo o tipo de "saberes"....
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