A 31 de Outubro, estaremos mesmo em cima da comemoração dos
500 anos da afixação, à martelada, das 95 Teses de Martinho Lutero, na porta da
igreja do castelo de Wittenberg, Saxónia. Sou cristão, por nascimento, educação
e cultura, não por professar qualquer das religiões que se organizaram em torno
da excepcional personalidade de Jesus Cristo. Mais à vontade estarei, pois,
para enaltecer o génio do pensamento e a coragem das posições de Lutero que,
aliás, lhe trouxeram sério risco de vida. A sua revolta perante alguns aspectos
“mercantilistas” da Igreja Católica de então, rapace de dinheiro e de poder, e
que se centravam na venda de “favores” divinos na forma de indulgências,
levou-o a insurgir-se contra a hierarquia. Cedo recebeu a notícia de
excomunhão, e o recolhimento forçado no castelo de Wartburg permitiu-lhe
traduzir a Bíblia para alemão, com efeitos profundos na fixação da língua
germânica moderna e na divulgação dos preceitos fundamentais cristãos pela
população com capacidade para ler e escrever. Pensando na expansão das suas
convicções, um dos seus maiores interesses foi a propagação da instrução
generalizada, defendendo a escola pública, incluindo para mulheres. A sua vida
deixou marcas profundas no devir das sociedades ocidentais.
Expresso - 28.10.2017
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