quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Saber envelhecer é sapiência

Há três componentes fundamentais no conceito de qualidade de vida nas pessoas antigas: o
bem-estar financeiro, a saúde e o suporte na integração social. O idadismo em Portugal, nesta sociedade altamente competitiva, é desprezado grosseiramente. A idade representa maturidade e um saber de experiências acumuladas de vida que não podem, nem devem ser desbaratadas. Conta-me um camarada jornalista, que na Europa do norte, as pessoas antigas são convidadas a transmitir histórias e estórias das suas vidas, para os mais jovens nas escolas. Eis, na plenitude, como o saber compactado feito de vivências, constitui notável manancial para o conhecimento e crescimento geral das crianças.
A Constituição da República Portuguesa, consagra no seu artigo 72, a salvaguarda e o seu reconhecimento:’’ As pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou a marginalização social’’.
Aceitar a idade e saber envelhecer é sapiência e condição relevante para proporcionar
dignidade de vida, encarando-a com positividade, alegria e ocupação criadora.
Ser antigo, confere saberes que de outra forma não se alcança: Ser melhor ouvinte, mais receptivo na  interpretação face ao outro, mais calma e compreensão, mais capacidade de saber tornear dificuldades para criar atmosferas de boa aura com o outro.
A velhice não é um posto, mas também não é um trapo. Saibamos tirar partido de algumas
dezenas de anos. A jovialidade (independentemente da idade) e a felicidade dão trabalho - mas são altamente gratificantes. Então, Mãos à Obra!

                                                         Vítor Colaço Santos

1 comentário:

  1. Veja-se, por exemplo, a média etária da "rapaziada" que escreve aqui e nos jornais, que participa em programas iterativos de rádio e TV etc. Em contrapartida, acabei de ouvir há bocado na Antena 1 que a Fundação Francisco Manuel dos Santos fez um estudo que diz que não chega a 2% dos nossos melhores alunos que querem ser professores. Na Finlândia é exactamente o contrário e noutros países da Europa também com percentagem muito mais altas. Que rico futuro!...

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