Se assim não fora, a dívida pública não
continuava a subir tão aceleradamente, rumo ao infinito.
Portanto, vê-se bem às claras o mundo
quase criminoso como se tem governado o país, como se ele fosse vários espaços
vivenciais ao mesmo tempo, e díspares entre si.
E, ao nível rural e citadino, a situação
atingiu o estado mais calamitoso que se poderia pensar existir. Não por culpa
de situações naturais, mas por causa própria dos habitantes, que neste espaço
geográfico coabitam.
Se ainda comparamos, em desgraça
colectiva, o terrível e dantesco terramoto de 1755 com os incêndios que agora
devoraram o país, podemos bem aquilatar o que são causas naturais com o que aconteceu
pela acção criminosa do homem, que despreza a mãe Natureza a favor do cimento
armado, que formata robots e não seres humanos.
Se não cuidarmos dos vivos, chorando os
mortos, e não preservamos convenientemente o espaço comum pátrio que nos foi
graciosamente outorgado pelos nossos antepassados, cada vez será mais difícil
vivermos o presente, para atingirmos, em toda a sua plenitude, o futuro.
José Amaral
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