O já vulgarmente denominado
Acórdão da relação do Porto, ficará para a História pelos piores motivos.
Um juiz, em Portugal, em 2017,
expressar "compreensão" por actos de violência doméstica, citar
textos religiosos para defender a sua decisão num estado laico, e invocar
estados altamente conservadores e socialmente fundamentalistas para justificar
o injustificável, só pode ser objecto de preocupação.
Não sendo especialista na
matéria, mas como cidadã atenta, não consigo conceber que um juiz, ou dois ,
como parece ter sido o caso ( sendo que um deles é Mulher o que ainda torna o
caso mais macabro ) que faça um "trabalho sério e honesto", possa fundamentar decisões deste modo, com recurso a este tipo de argumentação
O que este juiz faz - e já fez,
em decisões prévias - é justificar o injustificável Oferecer "compreensão" a actos de violência é inacreditável.
Sem querer entrar em pormenores
porque seria valorizar a mediocridade, direi que por causa deste infeliz
episódio que deixa uma, mais uma, mancha indelével na já de si fraca imagem da
Justiça em Portugal, fui insultada de tudo o que possam imaginar - riscos de
quem diz o que pensa. Não abdicarei de o fazer...
A posição de Neto de Moura no
caso da Mulher agredida é execrável, deplorável, inqualificável. Pouco mais se consegue dizer. o absurdo não é fácil de explicar e muito menos de traduzir em palavras.
Dito isto, referirei apenas a forma como este
senhor, com esta decisão, envergonha a Justiça portuguesa e cria um precedente
grave e preocupante.
Separação de poderes?Estado laico?...
Século XXI ?
Violência doméstica julgada de forma preconceituosa e medieval.
O povo não confia nos políticos...
O povo também já não confiava nos tribunais, mas agora, é de tem medo.
Perturbador e preocupante.
Espero sinceramente que este acórdão seja
revisto, o juiz repreendido e impedido de julgar casos de violência doméstica e
que este acórdão passe a ser objecto de estudo, como exemplo de uma má prática no
exercício da justiça.
Graça Costa
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