sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A REVOLUÇÃO PERMANENTE

Em Braga, de novo. No "Arte", mesmo ao lado do liceu Alberto Sampaio. É sempre bom regressar a Braga, regressar à Gotucha. Aqui até parece que não há relógios. Alimento sempre o desejo de vir viver para cá. Não que as imagens não continuem a passar. Não que tudo seja perfeito. Mas Braga é sempre Braga. A minha cidade. Fiz o meu 12º ano aqui no Alberto Sampaio com notas brilhantes. O pior, em termos escolares, veio depois: a Faculdade de Economia do Porto, a solidão, a depressão. No entanto, ao mesmo tempo, aqui em Braga eu descobria a noite e a vida. Deixei de ser o menino de sua mãe. Tornei-me o puto provocador. Mais tarde, o poeta maldito. Não me dou com toda a gente nem sequer especialmente com os pobres e com a classe operária. Aí divirjo do Che Guevara. Contudo, defendo o internacionalismo e a revolução permanente. Admiro Fidel, Hugo Chávez, Evo Morales, Pepe Mujica. Sou declaradamente anti-imperialista. Condeno todas as guerras e invasões yankees. Em último caso, defendo a luta armada. Sou também de Bakunine, de Netchaiev, do destruir para construir. O tédio da vida normal aborrece-me. Ainda bem que, neste momento, em Portugal e no mundo se vive uma situação explosiva. O PS dependente do PCP. O PCP a lançar as suas hostes sindicais para as ruas. O Costa a perder peso. Os incêndios, as alterações climáticas. A situação é favorável aos anti-capitalistas. Enquanto estes imbecis pastam e contam anedotas, nós podemos avançar. Enquanto estes imbecis se entretêm com as suas vidinhas, nós discutimos e preparamos a revolução. Graças às alterações climáticas, às catástrofes naturais, a situação vai mudar nos próximos 10, 20, 30 anos, necessariamente. Tremei, merceeiros. Tremei, cabrões capitalistas.

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