terça-feira, 24 de outubro de 2017

Que os martirizados não tenham sido em vão

Parece que, finalmente, foram aprovadas medidas de fundo destinadas a tentar resolver problemas de sempre, mas se a politiquice se interpuser, se insistirem naquela rotineira sandice de que só nós é que sabemos, não vai faltar quem ponha areia nas engrenagens, apesar dos apelos do presidente da República...

Por outro lado, quando se fala na premência de manter limpa a floresta, é preciso também esclarecer de que tipo de limpeza se fala, porque não se pense que limpar a floresta é manter o solo rapado como se fosse uma eira, coisa não só impossível de concretizar como seria um atentado ecológico.

É importante perceber que a riqueza florestal não se limita a árvores de corte para madeira e pasta de papel, porque ela é isso e muito mais, na sua fauna e flora; é preciso atender a uma multiplicidade de plantas e fungos importantíssimos, e às variedades de fauna selvagem que nelas se abrigam e reproduzem, e que a calamidade dos incêndios tem dizimado.

O agora finalmente decidido ordenamento florestal deve compreender saber-se onde e o quê plantar, sem a utopia de que será possível uma situação de zero incêndios; mas fazer as coisas de tal forma que, em caso de fogo, este fique longe das povoações e o seu combate seja facilitado por acessos livres de “atranquilhos” e com reservatórios de água em pontos estratégicos.

Não é mais aceitável o rotineiro “isso é lá com eles”, porque é connosco também, porque é com todos. A rotina do “deixa-andar”pode ser assassina, como todos tivemos contundente prova...


Amândio G. Martins

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