Era uma viela resiliente. Um calejo. Por nada. As outras,
as vizinhas, tinham pouco a pouco evoluindo para ruas, ela ficou como sempre
foi: quase um impasse a acabar num eucaliptal cerrado.
Viviam duas pessoas nesse quelho, desde que se
conheciam ambos: a viela e as pessoas. De resto foram estas que a fizeram para
dar livre acesso de sua casa ao arvoredo saudável, um tipo de jardim privado –
dizem que fumigações com folhas de eucalipto são boas para as vias respiratórias
- numa aldeia no campo.
As pessoas foram frágeis e não aguentaram, as
árvores desistentes apagaram-se, ficou a viela, teimosamente resiliente, agora
a dar para nada.Inútil.
Ela sobreviveu mas perdeu a razão de ser, e uma vez
perdida, é o cabo dos trabalhos e das impossibilidades reencontrá-la de novo. É
quase, quase como perder o juízo.
Ficou um canelho inútil e disfuncional – como que se
diz agora - mas resiliente. Um exemplo para outras nas mesmas condições.
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