segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Manifes e vida boa!

- Mal se abre a TV. e sintoniza-se qualquer canal, entra-nos pelos olhos dentro, e sopra-nos ao ouvido, o ruído que o assunto do dia provoca e voa por toda a barraca. Em causa estão direitos e violências ocorridas. Na rua um bando de mulheres de pouca idade e muito fôlego, abanam-se e gritam "frases batidas". Algumas servem-se do corpo e fazem dele cartaz ostensivo. Escrevem sobre a barriga que resguarda uma gravidez e publicitam um feto. Falam para o microfone, sempre presente nestes espectáculos mundanos. Uma brasileira é quem dá voz à causa e à queixa. O tempo vai quente e convida ao passeio e às praias. Elas logo são poiso de lazer e relaxe. O microfone procura com quem dialogar. e de novo esbarra com nova brasileira feliz ou folgado brasileiro que tece ali mesmo uma teoria de prazer sobre as areias douradas neste outono, com sol de agosto. O microfone e a câmara dos canais que buscam notícia, corre e cobre ao lado, junto do supermercado, e recolhe a opinião do cliente à entrada ou à saída. Está satisfeito e bota discurso fluido. De novo a brasileira(o) de sorriso aberto e completo, emite o seu parecer sobre esta outra causa. A da vida boa que leva e se faz pelo país. Na manifestação até a porta-voz é quem encabeça a causa da defesa dos valores postos em causa pelos machistas com direito a sentenciar, e saca do altifalante e agita as palavras de ordem sem violência mas com doçura de flor tocada. É brasileira. Que faz esta gente, de que vive, quem alimenta este modo de ser, estar, e andar por aí? Intrigante e sem resposta. Pertenço ao mundo da ignorância. A esperteza não passou por aqui, pela minha barraca, às escuras, mal protegida, sem apoios sociais, e sem subsídio para arranjar entendimento. Estou com pressa. Desculpem eu terminar aqui este desabafo, quase crónica, que não é xenófoba, mas somente carente de explicações. E sobretudo, porque tenho que ir trabalhar e ver se ganho para a côdea, e se sobrar algum, invisto na capoeira. Um dia "eu também quero ir, eu também quero ir, ai eu também"!*

*-(publicdº hoje 31/10-017, no DN.madª)

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