terça-feira, 2 de abril de 2013

País coxo

O abrupto regresso de José Sócrates, após dois anos sabáticos para estudar em Paris, veio ‘rasgar’ o país em dois: um, a favor; outro, contra.
No entanto, a sua chegada, para semanalmente cavaquear na RTP, veio quebrar o marasmo doentio e bafiento de uma ‘casa portuguesa’ sem luz e nem vida própria, bem como agitou, e de que maneira, o charco putrefacto das políticas suicidas para onde fomos empurrados, nas quais ele também teve a sua grande quota parte, que veio engrossar tal negritude existencial, em que os mais desfavorecidos têm sido/são o bombo da festa e o capacho de todos os poderosos, os quais, nestas circunstâncias, estão sempre na ‘maior’.
E com mais este ‘ajuste de contas’, os ‘eruditos’ deste país – os faróis ofuscantes de toda a fauna de sapiência palradora e improdutiva, o mesmo que fazedores do nada, os também populares bitaiteiros, mais aqueloutros que os seguem ao lado da carruagem, fazem-me lembrar aqueles ‘aficionados’ de automóveis, que os ‘picham’ com uma parafernália de artefactos para deles tirarem ‘perfomances’ que nunca ‘jamais’ poderão dar.
Eis, pois, o ‘baile dos malditos’ num país coxo, sem eira nem beira, sempre a armar ao fino, que não sabe (ou não querem que saiba) governar-se somente com o que tem ou produz.

José Amaral

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