EUSÉBIO, o maior entre os maiores

São vários e em grande número, felizmente, mesmo para a dimensão do nosso pequeno e modesto País, os grandes feitos por esse mundo fora dos atletas portugueses, nas diversas modalidades desportivas, que inequivocamente, e não devemos ignorar tal facto, sejam quais forem as nossas gerações e sejam quais forem as modalidade, e os seus clubes que representaram e sejam quais forem os seus nomes, sempre ficarão para sempre ligados à história do desporto português, mas em especial, quando em representação das cores vermelha e verde, ao serviço da selecção das quinas. Sempre souberem, com brio, espírito de sacrifício, determinação, dedicação e amor à camisola grená, que vestiram a grande vontade e acima de tudo com muita dignidade, própria dos vocacionados de serem autênticos e genuínos campeões, quando foram chamados e sempre souberam representar, e bem, este minúsculo País, à beira mar plantado, no mais extremo ocidente da Europa, que viu partir nos já longínquos séculos de distância, as nossas caravelas, nos bravos e inesquecíveis destinos descobrimentos de novos mundos ao mundo e assim foram feitos históricos períodos, que marcaram para sempre o bom nome do nosso País de então.

Não quero contudo ser indelicado ou menos elegante se eventualmente me esquecer de algum nome de relevo no mundo do desporto, mas desde já que aproveito o espaço, e apresento as minhas sinceras desculpas.  

É vasta a minha lista de atletas, pelo menos da minha geração, e que me lembro no momento que rabisco estas linhas, que marcaram e de forma categórica e levaram o nome a bandeira e o hino nacional, bem alto pelos cantos do mundo e enriquecerem a história do desporto em Portugal, que são eles, entre muitos outros decerto:

No Atletismo, os olímpicos; Albertina Dias; António Leitão; Aurora Cunha; Carla Sacramento: Carlos Lopes; Fernanda Ribeiro; Fernando Mamede; os gémeos Dionísios; Manuela Machado; Naide Gomes; Nelson Évora; Rosa Mota; Rui Silva.

Andebol-Carlos Resende. Basquetebol-Carlos Lisboa. Canoagem-Emanuel Silva; João Ribeiro; Fernando Pimenta e Nuno Barreto.Ciclismo-Joaquim Agostinho; Rui Costa e Sérgio Paulinho. Hóquei em Patins-António Livramento. Judo-Nuno Delgado e Telma Monteiro. Triatlo-Vanessa Fernandes. Ténis de Mesa-Marcos Freitas. Vela-Gustavo Lima; José Matoso: Nuno Rocha.

Provavelmente, decerto que faltarão muito mais atletas e bons a esta lista.

Mas efectivamente, não podemos ignorar, igualmente o facto de actualmente, o representante máximo e o embaixador do desporto português ser na actualidade o Cristiano Ronaldo.

Mas porém, não podemos nem devemos e nunca esquecer jamais o nome de um jovem moçambicano, de dezoito anos, tímido, desamparado familiarmente, que num dia de Inverno de um Dezembro gélido, pousou na capital, no início da década de sessenta, vindo do bairro de Mafala, Lourenço Marques, cheio de vontade de mostrar os seus dotes de “manobrar a redondinha”, com a sua finta já bem afinada e bem apurado, que só necessitava ser bem alinhada de seu nome de Eusébio da Silva Ferreira, que foi um dos maiores, entre os maiores símbolos do desporto em Portugal, e que nos deixou infelizmente na véspera do dia de Reis,

(“Rei” como simbolicamente ele foi ao longo da sua vida), precisamente no dia 5 de Janeiro de 2014, simbolicamente quis o destino da vida, que fosse este o dia.

E que nunca será esquecido não só no seio da sua família, como da família benfiquista, como dos próprios portugueses, de todos as cores clubísticas.

De resto já foi tudo dito noutros espaços escritos e falados de toda a imprensa acerca deste fenómeno do mundo do “pontapé da bola”.

Paz à sua alma.

(Texto-opinião, publicado na edição online secção "Escrevem os leitores" do jornal Record de  05  de 05 de Janeiro de 2015)

Mário da Silva Jesus