terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mais um dois em um


Todos soubemos que a ‘corrupta negociata’ com os submarinos foi arquivada por prescrição, isto é, levou tempo a mais para se apurar se houvera ou não eventuais crimes de corrupção.
Tal insólito caso veio à tona da minha indignação ao acabar de ler em grandes parangonas o seguinte título noticioso: ‘Enfermeira julgada 18 anos depois de burlar casal’.
Então o que nos têm a dizer a Justiça e os justiceiros que actuam em solo lusitano?

Mais outro título também me chamou a atenção, qual cão mordendo-me uma perna: ‘Procuradores e juízes vão receber subsídio de exclusividade/disponibilidade’.
Mas vão receber a título de quê? São precários? Não trabalham a tempo inteiro? Deixaram de receber os subsídios de renda de casa e de deslocação? Não têm vencimento mensal compatível? Então?
O douto presidente do Sindicato dos magistrados do MP, confrontado com tão chocante questão, confirmou – com todo o pudor que lhe assiste – que tal subsídio é para contemplar e complementar a disponibilidade total dos intocáveis magistrados, que só podem fazer férias em determinadas épocas do ano. Pobrezinhos!
Esta magnânima desculpa é de bradar aos céus mais longínquos das mais longínquas galáxias.
Até onde chegou a subsidiodependência neste saqueado país!


José Amaral

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