Todos soubemos que a ‘corrupta negociata’ com os submarinos
foi arquivada por prescrição, isto é, levou tempo a mais para se apurar se
houvera ou não eventuais crimes de corrupção.
Tal insólito caso veio à tona da minha indignação ao acabar
de ler em grandes parangonas o seguinte título noticioso: ‘Enfermeira julgada 18 anos depois de burlar casal’.
Então o que nos têm a dizer a Justiça e os justiceiros que
actuam em solo lusitano?
Mais outro título também me chamou a atenção, qual cão
mordendo-me uma perna: ‘Procuradores e
juízes vão receber subsídio de exclusividade/disponibilidade’.
Mas vão receber a título de quê? São precários? Não trabalham
a tempo inteiro? Deixaram de receber os subsídios de renda de casa e de deslocação?
Não têm vencimento mensal compatível? Então?
O douto presidente do Sindicato dos magistrados do MP,
confrontado com tão chocante questão, confirmou – com todo o pudor que lhe assiste
– que tal subsídio é para contemplar e complementar a disponibilidade total dos
intocáveis magistrados, que só podem fazer férias em determinadas épocas do
ano. Pobrezinhos!
Esta magnânima desculpa é de bradar aos céus mais longínquos
das mais longínquas galáxias.
Até onde chegou a subsidiodependência neste saqueado país!
José Amaral
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