O bulício era grande no centro comercial. A feira das
vaidades ambulantes borboletava por tudo quanto era sítio. Havia de tudo para
todos os gostos. Até os mais duvidosos.
Num relance rápido fujo de tanto ‘fogo-de-vista’ e zás! Vou à
cata de livros, quando de imediato os meus olhos caíram sobre a capa de um
deles, cujo título era ‘Irresponsáveis’, da autoria de
Camilo Lourenço.
E, conjuntamente com tão apelativo título, a capa ainda
tinha escarrapachadas as ‘apessoadas fronhas’ de Ricardo Salgado, Zeinal Bava,
Cavaco Silva e de José Sócrates, ainda compostas com a seguinte frase: ‘Como
a promiscuidade entre Estado, empresas, gestores e políticos destruiu a Economia’.
E a capa terminava com a seguinte interrogação: ‘Estaremos
finalmente no fim do regime?’
Este cadavérico quadro sobre o Estado da Nação – que no
interior do livro é bem elucidativo e melhor desenvolvido - resume-se no
seguinte: não temos tido líderes
honestos. Temos tido e temos pessoas que gerem – em primeiro lugar – os seus
interesses pessoais, pelo que o interesse do país vem muito mais abaixo das suas
ilícitas escalas de valores e preocupações perante Portugal e para com os
concidadãos, em geral.
José Amaral
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