Como se abundassem por aí no mercado, e ao preço da “uva mijona”, as pessoas com capacidades para desempenhar os lugares mais importantes da governação do país, há agora um novo “desporto” que parece inebriar alguns “profissionais” da Comunicação Social; de facto, aquilo a que vimos assistindo, e que já ultrapassa todos os limites, nada de bom augura para o futuro, porque não tarda não haverá quem, com capacidade para tal, queira assumir qualquer lugar num Governo, ficando apenas disponíveis os mais incompetentes e inúteis da sociedade; é que não haverá quem, com os pés assentes na terra, aceite deixar um lugar bem pago numa empresa privada para exercer um cargo que o coloque à mercê de tudo quanto não está minimamente interessado em ver estabilidade no país, porque as boas notícias raramente lhe servem para fazer parangonas, e muito menos dessas escandalosas que tanto gozo lhes dão.
Agora é mais uma secretária de Estado, esta apontada de ter usado a sua influência para empregar o namorado numa Câmara Municipal; ontem foi uma ex-secretária de Estado impedida de aceitar um emprego numa empresa, só porque tal empresa teria sido contemplada com uma ajuda financeira, podendo ter beneficiado dos favores da antiga governante, quando o que me parece dever ser tido em conta é se a empresa em questão preenchia os requisitos para receber as tais verbas, independentemente de quem fosse o decisor; é que desta forma, não tarda vamos ver os deputados fazer uma lei que permita aos ex-governantes continuar a receber o vencimento do cargo anterior, até que passe o tempo impeditivo de poderem escolher a empresa que melhores condições lhes ofereçam, recaindo em todos nós os custos desse absurdo.
E o novo questionário que vai ser submetido aos que proximamente serão sondados para altos cargo públicos, estendido aos familiares da “vítima”, é mesmo de gargalhada, porque alarga aos inquisidores da praça o campo de pesquisa, podendo verificar se o escolhido, depois de mostrar uma folha de serviços limpa, não terá algum avô ou tio que não pagou algures no tempo uma multa de trânsito, ou teve fora do casamento um filho que se recusou a reconhecer...
Amândio G. Martins
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