sábado, 21 de janeiro de 2023

 CARO JOSÉ RODRIGUES


Como pode constatar, o senhor Górgias, depois de tanto veneno destilado indiretamente, desta vez foi mesmo direto. Assim como no insulto.

Evidentemente que não estão em causa, opiniões diferentes. Mas, como responsável do blogue, acha que o insulto poderá ser normal neste espaço?

Que acharão também os restantes intervenientes e leitores?

Um abraço para todos!

Francisco Ramalho


11 comentários:

  1. Ora aqui temos um assunto a que não posso escapar. É pena. Mas, entre as múltiplas “benesses” de que usufruo por ser o “escrivão” com alguns “poderes” de secretariado neste blogue, também se encontra, pelos vistos, a de intervir em pleitos individuais.
    A reforçar esta minha “incomodidade”, reafirmo o que todos sabem muito bem: o blogue não é meu. Infelizmente, perdeu, muito cedo, a dimensão necessária a uma responsabilidade “colegial”, e, agora, encontramo-nos na posição de ter de haver apenas o tal “escrivão”.
    Infelizmente, "A Voz da Girafa” não tem estatuto editorial. Logo, não podemos passar das leis em geral (aviso já de que não tenho formação académica no âmbito jurídico), consubstanciadas no que poderemos chamar de “senso comum”. Esperemos sempre que esse “senso”, além de “comum”, também seja “bom”.
    Vamos ao “pleito”. Bem sei que fui eu a usar da palavra, mas, na realidade, não vejo onde esteja o pleito.
    Invoca-se um insulto. Por definição, pensei eu, alguém ofendeu outrem. É preciso prová-lo, dizer com certeza que X ofendeu Y.
    Não sendo nós totalmente ingénuos, e salvo qualquer erro de interpretação da minha parte, o Francisco Ramalho (F.R.) sentiu-se insultado no soneto “Que o entenda o diabo”, publicado por “Górgias” no post “Catrapaz”. Será assim?
    Onde o F.R. vê insulto, eu vejo polémica. Personalizada, é certo, mas polémica. De facto, insere-se numa tradição de polemistas famosos, sobretudo do século XIX, que se correspondiam epistolarmente com trocas de mimos que, acima de tudo, se deverão interpretar como o usufruto da liberdade de expressão. Não digo que seja o caso presente, mas, se estivéssemos num tribunal qualquer, contra a palavra do autor, não poderíamos, “em direito”, afirmar categoricamente que ele pretendia referir-se à pessoa F.R. mas sim a um ente abstracto que tivesse na sua imaginação aquando da composição do poema.
    [A propósito, recomendo aos interessados a leitura de algumas obras do jurista Francisco Teixeira da Mota, especialista em casos de liberdade de expressão, que, com muita frequência, surgem em demanda no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (a qualquer leitor feminista que se arrepele, asseguro-lhe que o título de um dos seus livros é mesmo assim, não é “dos Direitos Humanos”, publicado, não sei em que data, pela Coimbra Editora). Em aparte, direi que não li nenhum dos livros que este autor tenha publicado sobre o assunto, mas já li algumas dezenas de artigos seus sobre casos do género em tribunais].
    Perguntar-se-á se, afinal, no post em causa, eu vejo algum insulto. Francamente, não. Apoio e gosto do estilo? Veementemente, não. Porquê? Antes de mais, porque acho que os dotes poéticos de cada um se deveriam dirigir para coisas mais elevadas e abrangentes, não devendo perder-se em minudências que só servem para acirrar más vontades. Depois, porque, se eu não estiver de acordo com as ideias de FR, prefiro debatê-las e contrariá-las, sem nunca me passar pela cabeça dizer que o dono dessas ideias só o é porque possui determinadas características pessoais desabonatórias.
    Por outro lado, sempre gostava de saber o que pretende, da minha parte, o F.R., pessoa que, no meu imaginário, detém combatividade e capacidade de encaixe suficientes para denunciar, pela sua própria pena, os chistes que lhe dirigem, seja em prosa, seja em verso.
    Lamento o sucedido, mas não me solidarizo com as “dores” de F.R., e muito menos me identifico com a forma de ataque ad hominem a que, aparentemente, foi sujeito. Não é insulto, é liberdade de expressão, mas com exercício um tanto esticado, passando as linhas, vermelhas ou azuis, do que se entende adequado numa sã troca de opiniões.
    A finalizar, se F.R. se me dirige com a ilusão de que, por causa “disto”, eu, imbuído do meu poder absoluto de “dono” do blogue e do respectivo lápis azul, iria riscar o Amândio G. Martins do número de autores credenciados n’A Voz da Girafa, acho que está a cometer um erro de cálculo e de perspectiva.
    Mas isto, amigos, sou eu a pensar alto. Estarei certo? Não sei.

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    1. Sinceramente, também não vejo ali, qualquer insulto, muito menos direto. Insulto direto, foi o que FR me dirigiu uma vez, quando me mandou à merda.

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  2. Para clarificar a situação, pelo menos para mim, foi importante que tivesse definido o seu papel relacionado com o blogue. Pensava que fosse, digamos, uma espécie de diretor. Nunca, como refere, "o dono". Mas mesmo, porventura, nessa qualidade de diretor, coordenador ou responsável, acha que o meu apelo era para que aplicasse o lápis azul? Esse tenebroso tempo que você, eu e quase todos os que participamos neste espaço, condenamos. Quase todos, porque, como sabe, ou deve estar recordado, foi feita aqui uma vez uma acusação muito grave, relacionada com esse tempo. Portanto, a menos que tivesse havido arrependimento, talvez nem todos o condenem. Não sou mais concreto, porque não é minha intenção criar nova polémica. Se o nosso companheiro de escritas que fez tal acusação, se houver desenvolvimento e o quiser fazer, para avivar memórias, é com ele.
    Mas voltemos à vaca fria. Diz o José Rodrigues que apenas vê polémica e liberdade de expressão. Não vê insultos.
    Quando se diz, "No fanatismo dos seus sentimentos". "Com tanta maldade comprometido". "Doutrinado no mundo da mentira".
    Não estou a ser apodado de fanático, mau e mentiroso. Na última frase, o insulto, claro, nem é coletivo.
    Todos nós que escrevemos aqui no blogue, creio que todos já o fizemos e/ou continuamos a fazê-lo em jornais e revistas, como leitores ou mesmo como colaboradores. Estes "mimos" relacionados com outros leitores ou outros colaboradores, são lá permitidos?
    Mas, já sei que o JR não pode, nem o quer impedir e eu concordo. Portanto, aqui, como diz, e bem, deve prevalecer o bom senso. Se, com este senhor, acha que isso tem acontecido, eu não acho. Veremos futuramente. E, portanto, das duas uma, ou passo a responder à letra às provocações do senhor Górgias, ou, pura e simplesmente, como tantos outros companheiros já o fizeram, afasto-me. Embora isso talvez desiluda alguns amigos. Pelo menos um, de certeza.

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    1. O Francisco Ramalho reconhece que concorda comigo. Então, para quê me invectivar - no próprio título - no post que me dirigiu? Se concorda comigo em que eu não deveria usar o “lápis azul”, qual foi, de facto, o objectivo de publicar o post?

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    2. Concordo consigo depois de saber qual o seu papel aqui no blogue. Mas invectivá-lo? Como? O objectivo de publicar o post, está lá a razão porque o fiz. Portanto, não o invectivei coisa nenhuma. E fico muito admirado coma sua reação. No título? Pelo facto de o tratar por Caro José Rodrigues?

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    3. Concedo que posso ter sido excessivo na palavra “invectivar”, embora nos possíveis significados se encontre a palavra “censurar”. Se me tivesse ficado por “invocar” ou “interpelar”, teria sido mais rigoroso. Mas não “semantizemos” a questão, e, objectivamente, continuo na minha de não saber o que pretendia o Francisco Ramalho que eu fizesse.
      Quanto ao resto, apenas dizer que penso que, na Girafa, não devemos (lá está, a falta que faz um Estatuto Editorial…) dirigir posts uns aos outros, a não ser em comentários, e, muito menos, nos designarmos nominalmente nos títulos. Mas isto não passa de uma questão formal e de gosto estético. Nada de mais, pois, na minha reacção.

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    4. Dirigi-me (cordialmente) a si, no que não vejo mal nenhum, antes de saber exatamente qual o seu "estatuto", e o que "pretendia" que fizesse, já fez. Referiu-se, e bem, ao bom senso que deve prevalecer.

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    5. Também não vejo mal nenhum em que se me dirija. Quando quiser.

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  3. Respondo ao teu desafio: Evidentemente, que o que está em causa são opiniões diferentes e muito... fosses tu, Ramalho, agendado ou politicamente engajado, com a administração da Casa Branca, o seu braço armado - a Nato, toda a vassalagem da UE, incluindo os armazenistas de material bélico e os comerciantes de gás e estava tudo bem... quem pensa pela prória cabeça e sai fora da caixa... é como se fosse leproso e paga uma factura pesada. Escrevo para a minha querida Girafa desde 2018 e, mau grado, já vi sair alguns companheiros das Letras... a significativa origem, afigura-se-me, é querer ser mais papa que papista... pluraridade!, desde que não colida com a opinião escrita dos que enchem a boca de pluralidade... é preciso ler, reler e voltar a ler nas entrelinhas o comentário do coordenador, José Rodrigues.
    Quem escreve de facto, já não está no 1º patamar do senso comum. Polémicas são sempre bem vindas, quando o confronto é de boa fé!, e construtivo! Ó Ramalho, caso vás embora haverá alguém que esfrega as mãos... usando o linguajar do futebolês: queres beneficiar o infractor?!

    Apostila: O fascista/criminoso, Putin, tem razão em classificar de neo-nazi o «herói», com o sangue da soldadesca ucraniana, actor de série B/reality show e adepto confesso da democradura, Zelensky.

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    1. Na única parte do seu comentário que me toca, posso assegurar ao Vítor Colaço, e a todos quantos nos lerem, que só escrevi nas linhas. Se mais alguma coisa se “lê” lá, em entrelinhas ou noutro sítio qualquer, a responsabilidade não é minha. Minha será a culpa por não ter sido suficientemente claro e assertivo, porque, se o fosse, ninguém imaginaria que eu escrevi nas entrelinhas.

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  4. Obrigado pelas tuas palavras, velho e combativo companheiro de escritas.
    Grande abraço!

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