domingo, 29 de janeiro de 2023

Tão isenta que ela é...

 

“A gritaria sobre o altar do Papa mostra bem o estado a que chegamos. Quando tudo é suspeito e todos merecem desconfiança, a verdadeira culpa morre solteira, mas a lama suja todos aqueles que estão na esfera pública e o medo tolhe qualquer sujeito que se preste a tomar uma decisão. Haverá sempre quem lhe aponte o dedo, quem torça o nariz e questione a verdadeira motivação da escolha assumida. E a alternativa a ficar com essa sombra colada à pele é fugir a cargos públicos ou, assumindo-os, nunca deliberar, nunca apontar caminhos, nunca apresentar soluções”.

 

Quem escreveu o parágrafo acima foi “Santa” Joana Petiz - não princesa -  Directora do carderno “Dinheiro Vivo”, que sai aos sábados com o JN. Concordo inteiramente com o seu lamento, mas tenho pena que ele não seja puro, que ele só tenha acontecido porque a polémica do palco atinge um dos seus “meninos bonitos” – o génio raro que preside à Câmara de Lisboa - sempre louvado e protegido da venenosa verborreia que despeja abundantemente contra os actuais governantes e tudo que seja de esquerda.

 

De facto, mesmo ao lado da contrita oração do referido parágrafo, deita abaixo António Costa, como de resto vem fazendo semanalmente, desde o início da actual legislatura, como já o fazia na anterior, com ele e toda a sua equipa governativa - mas agora “traumatizada”  com aquela vitória, certa de que seriam os “seus” que ganhariam a corrida -  servindo-se desta vez do que disse o chefe de Governo acerca do prazo que há para concluír as obras do metro de Alcântara, terminando o mimo com a polidez de sempre: “No fim de contas, não temam, Costa há-de usar o dinheiro até ao último cêntimo, nem que seja em rotundas”.

 

Amândio G. Martins

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