VIVA O BRASIL!

Embora tenha uma tarefa ciclópica pela frente, devido à pesada herança, com a tomada de posse de Lula da Silva neste primeiro dia de 2023, a esperança voltou ao Brasil, à América Latina e ao mundo.

Brasil, esse gigante que tem potencialidades para dar uma vida bem mais digna aos seus mais de 200 milhões (214) de filhos, e não apenas a uma ínfima minoria que vive no fausto enquanto a maioria passa fome ou tem de emigrar.

Brasil, esse gigante que já conheceu a escravatura e a ditadura e onde a corrupção, a exploração, são endémicas e mães da injustiça, do arbítrio, da delinquência.

Brasil, cujo povo e a sua portentosa Amazónia, pulmão da Terra, nos últimos 4 anos, sob uma presidência anedótica e trágica, voltou a ser tão maltratado.

Brasil, que voltou a ter como seu principal timoneiro, o homem que tirou milhões de compatriotas seus da pobreza absoluta, possibilitando que todos, pelo menos, tomassem o “café da manhã”. E que lhe deu a dignidade que merecesse e tem direito, na cena internacional.

Brasil, que agora neste mundo tão incerto e até perigoso, com esta iníqua guerra em que a propaganda omnipresente, omite os antecedentes que deram origem à intervenção/invasão russa, onde já havia 15 mil mortos, onde o neo nazismo andava e anda à solta, onde foram ilegalizados 11 partidos e calada toda a oposição, onde não foram cumpridos acordos que podiam ter evitado a invasão, o agravamento, da guerra e promovido o seu fim. Guerra, cujas consequências não afetam apenas, em primeiro lugar ,claro, os povos ucraniano e russo,mas economicamente toda a Europa e com repercussões no resto do mundo. Guerra, que até aqui entre nós, causou e causa incompatibilidades e incompreensões, entre amigos e até entre familiares, por nem todos alinharem no discurso absolutamente tendencioso da comunicação social dominante. Guerra, que dividiu o mundo e criou uma nova ordem internacional.

Pois bem, O Brasil, neste contexto e agora com o antigo operário e sindicalista instalado no Palácio do Planalto, cremos que vai ter uma palavra importante nas instâncias onde tem assento. Por exemplo no MERCOSUL e nos BRICS (China, Rússia, Índia, África do Sul e Brasil) que não se subordinam ao imperialismo norte-americano e se opõem à sua estratégia de domínio global com seus aliados e vassalos, de que a guerra na Ucrânia faz parte, para desgastar e controlar a Rússia. BRICS, a quem se aproximaram a Turquia e o Irão. Sobre quem, em termos de democracia, já estarão a torcer o nariz. E com razão! Também nós o torcemos, e apoiamos a luta dos respetivos povos contra o fanatismo religioso e a discriminação política. Por exemplo, sabiam que o Partido Comunista do Irão (que lá se chama Tudeh) está na clandestinidade por não ser permitido?

Mas isso preocupa o imperialismo norte-americano seus aliados e vassalos? Assim como será pelos legítimos interesses do povo ucraniano que contribuíram para o início da guerra ao apoiarem o golpe de 2014 e não só, e agora a alimentam com milhares de milhões?

Evidentemente que só as vítimas da sua gigantesca propaganda e dos seus aliados e vassalos, como aqui em Portugal, acreditam nisso. O que os preocupa, é que, independentemente do regime de cada país, eles não se subordinem aos seus interesses estratégicos e económicos.

Portanto, o que interessa a todos os povos, é a cooperação e o respeito entre todos eles e os seus respetivos países. Só assim se assegura a justiça e a paz mundial.

Pela sua dimensão e importância, é isso, cremos, que o Brasil com Lula na sua presidência dará um bom contributo. Por isso, Viva o Brasil!

Francisco Ramalho