O título que encima esta opinião bem que podia ser - A Democracia é
uma batota. Segundo o aborrecido Cavaco Silva, que exerce com ar de enfado
e nariz de fedor, o cargo de presidente da República de Portugal - país posto
de joelhos e visto de fora como agente traidor de solidariedades e conivente
com patifarias à portuguesa- em Eleições nacionais não deveriam existir senão
partidos políticos consensuais, ou seja, forças políticas que chegassem cedo e
rápido à unidade nos programas e acções, e abandonasssem tudo aquilo que os
diferencia. Diz aquele algarvio sem qualquer rebuço, que só na base do
entendimento a seu gosto, e pensamento único como o foi ao gosto da ideologia
salazarista(armadilhas do subconsciente), o governo a que ele dará posse
terá a absoluta condição para levar o país adiante e fazê-lo recuperar do
atraso para o qual ele próprio contribuiu, pois no passado foi ele quem mais
anos governou e o trouxe ao estado em que ele se encontra hoje, reconhecendo
deste modo o seu falhanço enquanto governante. Isto da Democracia ter vários
partidos só cria divisões e confusões, atrapalha, e o melhor seria sem dúvida
caminhar-se para trás até revisitarmos ou reintegrarmos uma União Nacional.
Nessa irmandade não havia lugar a programas, planos, anseios e
ideologias diferentes, plurais, que pusessem em causa o progresso da
Nação. A Democracia só estorva quando é mais necessária a defesa de um só
pensamento no caminho para se alcançar os objectivos a que todos se propõem mas
em que só um dite as leis para que em nome do bem de todos, só satisfaçam os
planos que fazem felizes uns poucos, como sempre aconteceu. O recado de boas
intenções, sectário, influenciador,que Belém enviou através da múmia gasta,
ao anunciar a data das legislativas a decorrer em outubro deste ano, parece ter
saído do baú marcelista e até o tom da oratória dirigida aos... portugueses,
fez recuar o tempo ao pesadelo. Este tipo de "aviso" não é
surpresa antes uma confirmação sobre o carácter do homem que ocupa o mais alto
cargo da nação, e que tanto agrada às forças conservadoras que ele apoia e a
elas pertence e dá vida, e que em paralelo assusta o povo limitado, pisado e
infeliz que os alimenta. Cabe a este mesmo povo no dia marcado dizer basta a
tanta mentira e libertar-se do medo que tem feito caminho que o traz diminuído
e embrulhado na desesperança, por um infrutuoso passado, reles presente, e
hipotecado futuro.
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