terça-feira, 21 de julho de 2015

O mundo do Pedro

-Pedro era um pescador de polvo, iniciara-se bem tarde nestas lides,  hoje com a sua meia idade e o saber que isso acarreta,  ainda está por saber como é que no primeiro ano e ainda muito verde nas coisas das pescas conseguiu as maiores proezas.
Não estava bem! pensava sempre que foi a sorte de iniciante, tudo aquilo não batia certo. Como era possível naqueles seus primeiros mergulhos trazer sempre belas pescarias, e agora  nada.
Pedro inconformista sempre pensou que jamais se seguiria as belas tardes de fim de Praia em que orgulhosamente transportava para casa o seu pescado.
Numa noite mal dormida em que Pedro pensava em tudo e em nada de repente surge-lhe uma conclusão que o colocou sentado na cama como de um impulso de mola o ajudasse.
-Como é que não pensei nisso antes?
-Como é que foi possível me ter passado ao lado toda esta conclusão que acabo de ter?
Eis a conclusão de Pedro!
 No inicio tudo era desconhecido para mim, procurava em todos os pormenores estar atento, o que me guiava era somente a intuição, igual aquela em que todos os seres vivos e principalmente os animais têm,  o instinto, e por esse instinto Pedro lograva.
A experiência acumulava-se e Pedro foi perdendo esse pormenor que lhe fazia toda a diferença, queria algo mais, queria ir mais longe, queria ser bom, queria ser melhor, se ao inicio dessa fase não reparou no erro,  o tempo acomodava-se de lhe dar respostas que não eram as correctas.Estava Pedro a enganar-se.
-É o tempo que hoje não ajuda!
-É porque hoje não tive sorte!
-É por causa das causas!!
Tudo se justificava naquela mente, em enganos e mantos de questões.
A analogia  da história deste Pedro, é igual a  de muito Pedro. Igual ao Pedro que nos governa, ao Paulo que lhe faz companhia.
Quando Milhares fogem para ter emprego fora de tudo o que qualquer País deve dar aos seus, quando não vemos que caímos na fase de não ligar-mos aos nossos instintos, quando sabemos que mentimos a nós próprios , então aí a historia do pescador de polvo é a mesma do politico de carreira.
Este ultimo Pedro tinha 16 anos e entrou para a sua vida profissional, entrou na sua J. E a partir daí até aos dias de hoje é um profissional, os seus discursos na sua juventude são os mesmos do primeiro Pedro que instintivamente pescava bem, mas o tempo passou e a sua sobrevivência deu lugar ás mais esfarrapadas desculpas
Ficou hábil nas suas mentiras, ficou a falar fluente, num discurso de velho estadista, afinal é de carreira, nunca teve um emprego a não ser os primeiros anos terríveis a colar cartazes, mas depois subiu a pulso,  sim como manda a politica, muitas das vezes bajulando uns e outros , até chegar ao topo,  dando de vez em quando uns trambolhões coisa que qualquer politico deve dar, é como uma praxe.
Depressa se fez homem, depois........
Acaba a licenciatura aos 36 anos..
É deputado promulga uma lei que determina pagamento de impostos e não paga.
-Não sou um homem perfeito.
Aumentou brutalmente os impostos.
-Não sabia da divida.
Cortou  pensões, salários, iva, irs, irc,   desconto para ADSE,
- A culpa foi dos anteriores governantes.
E o pior de tudo e o que me leva a escrever duas estórias semelhantes é sem duvida esta maravilhosa frase!
"Alguém que está desempregado algum problema  deve ter senão deveria  preservar o seu emprego.. "
Esta visão cultural de Pedro que é bem parecida com esta.
" O desemprego é uma oportunidade de mudar de vida"
São mais 13 mil postos altamente qualificados que se perdem, que emigram jovens que não tiveram a sua J. Que na sua formação paga por todos nós sonharam em viver, constituir família e ficar nos seus cantos, mas como disse Pedro segundo, devem ter algum problema.
Talvez tenha faltado ao Pedro politico o começo que qualquer jovem tem, e que muitas das vezes nos leva a sair porque quem nos governa nunca teve um emprego a sério.




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