Sempre que me desloco às terras que foram e são o meu berço
– o concelho de Armamar –, mau grado a debandada de muitos milhares de pessoas
e do abandono de bens pessoais e comunais, com muita ruína à mistura, tenho
vindo a observar com muito agrado o remar contra a maré das autarquias e das
forças vivas locais, na tentativa de inverterem o muito e delituoso
esquecimento, marasmo e despovoamento a que tem sido votado todo o interior de
Portugal, por parte do poder central.
A bem dizer, o Portugal do novo-riquismo, onde tudo é
vendido a qualquer preço – sempre ao desbarato – não passa da estreita faixa de
terra que é orlada por toda a costa marítima, que vai de Vila Real de Santo
António até Caminha.
Assim, foi com muito agrado que estive presente, com parte
da minha família, na agradável noite de 18/7, no bonito espectáculo de
variedade, de solidariedade, levado a efeito pelo Grupo Uma Ligação, com o
precioso apoio da CM de Armamar, a fim de serem angariados fundos para apoiar o
trabalho prestimoso e humanitário da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
É este o Portugal profundo, que é a alavanca perdida da alma
lusitana deste povo português, que vai fenecendo se nada se fizer para mudar o
rumo dos acontecimento negativos a que temos vindo assistir, mormente nas
últimas décadas, com uma emigração que só enfraquece o nosso colectivismo
milenar.
Vivam pois todos aqueles que fazem pulsar o interior da
nação, pois é nele que habita o nosso coração.
José Amaral
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