Este país não é para a malta nova e enérgica. Agora com a idade da
reforma cada vez mais longe de ser alcançada e até mais próxima do golo da
morte, os velhos são chamados à equipa ou a permanecer nela por mais tempo, e
tornam-se de novo protagonistas e desejados para ocupar a defesa nos relvados
do chuto nacional. A comprovar tudo isto, atente-se nas contratações a termo
feitas pelos clubes de futebol da 1ª Liga e nos seus contratados para
defenderem as suas balizas de malha sintética, a fim de manterem-nas
invioláveis até ao último apito das suas vidas. Helton, Júlio César e Casillas,
são três guarda-metas, que somadas as suas idades, só estes 3 perfazem a bonita
soma de mais de cem anos. Mais de um século. Algo que merece um gigante bolo de
aniversário, publicitado em canais de TV lusos, e até na TV5 por uma carbonero
"bem legal". Se recuarmos estes anos no tempo dos clubes a que eles
pertencem, e que juram com eles terem sonhado pertencerem desde pequeninos,
chegamos ao período jurássico dessas equipas/clubes aonde pontificavam os
Galhudo, os Barrigana, os Acúrsio, Capela, Azevedo, etc. É caso para pôr um
anúncio do tamanho da bolsa de valores para que
se alguém ainda os vir por aí a voar como o Jardel, contactem por favor
um empresário mendes qualquer, ou liguem para as SAD do FCP, SLB, ou outro tipo
de asilo com ginásio apetrechado. É que eles ainda não estão esquecidos e podem
dar um contributo maior já que ganharam asas celestiais lá no etéreo descanso,
pois neste país o que não falta é petróleo no Dragão, na Luz, boa gestão e
dinheiro para fazerem contratações do diabo. A côdea pela qual aquelas glórias
se bateram já lá vai. Pertence ao tempo da pobreza imposta no país que por
acaso é o mesmo que impõe hoje a austeridade fora do tempo regulamentar ao povo
sem caneleiras e que já não enche os estádios dessas cores e de outras, como
antigamente.
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