quinta-feira, 16 de julho de 2015

Grécia: Passos está contigo!

O Dr. Passos Coelho deu uma entrevista à SIC. Antes de falar de Portugal, Clara de Sousa introduziu o inevitável tema da Grécia. Do que disse sobre o assunto, retive que, antes do Syriza, a Grécia já crescia. Sem ter quantificado esse crescimento, mas aceitando-se os 0,8% de que se fala, e admitindo que, após uma quebra de 27% no PIB nos últimos anos, é só fazer as contas (como dizia o outro): a Grécia, relativamente ao PIB de 2009, “só” estava a decrescer 26,41%. São capazes de rebentar com tanta prosperidade…
Disse ainda que a Grécia teve condições que nem Portugal e Irlanda tiveram. Adivinho porquê: porque nós não exigimos nada. Afiançou que a Alemanha não ameaçou a Grécia de nada. Pois não, foi “só” de expulsão, definitiva ou temporária, à escolha. Disse mais coisas, mas não disse que a Grécia não passou de uma cobaia à resistência humana no experimentalismo neo-liberal.
Quanto a Portugal, salientou a “prudência” que teve em cumprir (?) um programa “incumprível”. Sem nunca dizer “não sou mentiroso”, parecia o miúdo reguila que diz que mentiu piedosamente para bem dos outros. Por palavras suas, salvou Portugal, esmigalhou o déficit orçamental, pôs o País a crescer, diminuiu o desemprego e a precariedade no trabalho, aumentou o emprego, colocou no são o saldo da balança comercial (a diferença entre emigrados e imigrados também conta?).

Só lamento que a biografia do Dr. Passos já tenha sido editada. Infelizmente sem a menção ao facto de ter sido ele o principal obreiro do acordo com a Grécia que, palpita-me, também é incumprível, aliás, a sua especialidade. De modo que, para bem de todos, só temos uma coisa a fazer: mandemos o Passos à Grécia.     

Público, 19.07.2015, com amputação da parte sublinhada.

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