O Dr. Passos Coelho deu uma entrevista à SIC. Antes de
falar de Portugal, Clara de Sousa introduziu o inevitável tema da Grécia. Do
que disse sobre o assunto, retive que, antes do Syriza, a Grécia já crescia. Sem
ter quantificado esse crescimento, mas aceitando-se os 0,8% de que se fala, e admitindo
que, após uma quebra de 27% no PIB nos últimos anos, é só fazer as contas (como
dizia o outro): a Grécia, relativamente ao PIB de 2009, “só” estava a decrescer
26,41%. São capazes de rebentar com tanta prosperidade…
Disse ainda que a Grécia teve condições que nem Portugal
e Irlanda tiveram. Adivinho porquê: porque nós não exigimos nada. Afiançou que
a Alemanha não ameaçou a Grécia de nada. Pois não, foi “só” de expulsão, definitiva
ou temporária, à escolha. Disse mais coisas, mas não disse que a Grécia não
passou de uma cobaia à resistência humana no experimentalismo neo-liberal.
Quanto a Portugal, salientou a “prudência” que teve em
cumprir (?) um programa “incumprível”. Sem nunca dizer “não sou mentiroso”,
parecia o miúdo reguila que diz que mentiu piedosamente para bem dos outros. Por
palavras suas, salvou Portugal, esmigalhou o déficit orçamental, pôs o País a
crescer, diminuiu o desemprego e a precariedade no trabalho, aumentou o
emprego, colocou no são o saldo da balança comercial (a diferença entre
emigrados e imigrados também conta?).
Só lamento que a biografia do Dr. Passos já tenha sido
editada. Infelizmente sem a menção ao facto de ter sido ele o principal obreiro
do acordo com a Grécia que, palpita-me, também é incumprível, aliás, a sua
especialidade. De modo que, para bem de todos, só temos uma coisa a fazer:
mandemos o Passos à Grécia.
Público, 19.07.2015, com amputação da parte sublinhada.
Público, 19.07.2015, com amputação da parte sublinhada.
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