O iluminado
É uma pena, é mesmo um desperdício termos um dirigente político que tem
o dom de puxar de soluções para as crises que nos assolam e ao mundo, mas fazer
segredo delas até às tantas da matina e quando o gongo estava prestes a soar
para por fim ao " genocídio" dos gregos. Talvez seja para provocar um
grande estrondo e arrancar aplausos que as apresenta só quando todos dormem
apoiados nos cotovelos, e desse modo aproveitar-se do entorpecimento e da
anestesia que o cansaço instalado nas salas de reuniões onde tudo se discute
até ao último cêntimo, tais soluções milagrosas fossem aprovadas pelos pares
que vagueavam nas nuvens do sono pesado. O nosso primeiro ministro, calculista
que nem coelho anão, assim procedeu para salvar a Grécia e tirá-la do
atoleiro e da faca em que vem há muito metida até ao pescoço. Malandreco. Sabia
como ninguém, qual o plano para desbloquear o conflito que opunha o Eurogrupo e
a Grécia e fazer vingar um Acordo de salvação do país berço da Democracia, e
guardou tal solução para as horas pesadas em que só as baratas tontas circulam, para
ser aprovada e fazer com que o mundo, graças a ele, respire agora melhor e
acabar com o pesadelo que enchia a sala dos membros da UE em Bruxelas. O nosso
primeiro ministro demonstrou que não dorme em serviço. Quando ele quer, a luz
faz-se. Ele mesmo se acha um iluminado. Mas só por acaso!
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