FOUNDING FATHER
A guerra colonial tinha recrudescido de violência e
começavam a surgir na imprensa internacional fotos arrepiantes de chacinas
praticadas por alguns militares portugueses contra civis indefesos, mormente em
Moçambique, factos reportados por missionários conhecedores da situação.
Naquela época era chefe militar todo poderoso o sinistro
Kaulza de Arriaga, que, confrontado por Marcello Caetano com os massacres
atribuídos às suas tropas, negava a pés juntos o que mais tarde se confirmou
totalmente, com alguns dos responsáveis materiais a retornar às zonas
massacradas para pedir perdão aos sobreviventes.
E foi neste quadro que o então “Presidente do Conselho”
visitou Inglaterra, facto aproveitado por Mário Soares para confrontá-lo com
uma manifestação anti-colonialista.
As trombetas do regime bufaram de raiva, sopradas por homens
como João Coito, Dutra Faria e Barradas de Oliveira, acusando Mário Soares de
ter arrastado pela lama a bandeira nacional!
É óbvio para qualquer pessoa medianamente inteligente que
Mário Soares nunca faria tal coisa; e mesmo aqueles que disso o acusavam sabiam
que o faziam no sentido figurado, nunca tendo sido vista qualquer imagem
comprovativa…
Sucede que para a ditadura, todo e qualquer acto de oposição
era um crime de lesa pátria, enxovalhar a bandeira,já que eles se consideravam
detentores do monopólio do patriotismo.
Por incrível que pareça, ainda hoje é possível ouvir
papagaios a insistir naquela ignomínia, como há tempos verifiquei, no programa
“antena aberta” da Antena 1, a pretexto da sondagem que considerava Mário Soares
a figura mais querida do nosso regime democrático.
Amândio
G. Martins
FOUNDING FATHER
A guerra colonial tinha recrudescido de violência e
começavam a surgir na imprensa internacional fotos arrepiantes de chacinas
praticadas por alguns militares portugueses contra civis indefesos, mormente em
Moçambique, factos reportados por missionários conhecedores da situação.
Naquela época era chefe militar todo poderoso o sinistro
Kaulza de Arriaga, que, confrontado por Marcello Caetano com os massacres
atribuídos às suas tropas, negava a pés juntos o que mais tarde se confirmou
totalmente, com alguns dos responsáveis materiais a retornar às zonas
massacradas para pedir perdão aos sobreviventes.
E foi neste quadro que o então “Presidente do Conselho”
visitou Inglaterra, facto aproveitado por Mário Soares para confrontá-lo com
uma manifestação anti-colonialista.
As trombetas do regime bufaram de raiva, sopradas por homens
como João Coito, Dutra Faria e Barradas de Oliveira, acusando Mário Soares de
ter arrastado pela lama a bandeira nacional!
É óbvio para qualquer pessoa medianamente inteligente que
Mário Soares nunca faria tal coisa; e mesmo aqueles que disso o acusavam sabiam
que o faziam no sentido figurado, nunca tendo sido vista qualquer imagem
comprovativa…
Sucede que para a ditadura, todo e qualquer acto de oposição
era um crime de lesa pátria, enxovalhar a bandeira,já que eles se consideravam
detentores do monopólio do patriotismo.
Por incrível que pareça, ainda hoje é possível ouvir
papagaios a insistir naquela ignomínia, como há tempos verifiquei, no programa
“antena aberta” da Antena 1, a pretexto da sondagem que considerava Mário Soares
a figura mais querida do nosso regime democrático.
Amândio
G. Martins
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