Sabem como é que se dá cabo com um só acto, ou uma má prática, de um
sector ou indústria importante da Economia de um país? A resposta vem colada
com goma de sapateiro à notícia que nos chega através dos jornais. Uns
empresários aldrabões portugueses que ainda não perderam o hábito de fazer
feiras do gado e da ladra e aonde se jogava à vermelhinha, assim que largaram o "ofício ou banca do esmeril,
da forma de ferro e do molde do pé em madeira, das garujas, da semilha, dos
contrafortes, dos forros e das palmilhas", desataram agora a
especializarem-se em exportar sapatos em plástico e tecido oriundos das terras
de Mao, como se de obras de arte feitas em pele autêntica e garantida se
tratassem, dependurando no produto acabado para disso convencer os pés
delicados internacionais, uma amostra em pele com selo do fabricante de
Barcelos, Felgueiras, Vizela, Famalicão, Stª Maria da Feira, etc. Locais de
gabarito no que diz respeito a tais objectos de luxo que se arrastam luzidios
pelo chão. Procedendo do modo fraudulento como o fizeram tais exportadores de
calçado sintético luso-chinês ao preço da bricolage e da uva mijona,
como produto saído das mãos genuínas e das máquinas dos artífices portugueses,
com um designe disfarçado, só capaz
de por os olhos em bico a alguns distraídos, os nossos empresários
chico-espertos, deitam por terra aquilo que demorou a impor-se e em que se
apostou forte para bater a concorrência e as Mecas do bem-calçar tal como a
Itália. Que garantia no futuro se pode dar a Obama, Shakira, que os usam, e até
à despida Paris Hilton que nem sequer tira os sapatos portugueses quando"para
se por a jeito no formato XXX", de que não estão a comprar gato por
lebre e que não estão sujeitos a fazer dos sapatos umas castanholas quando a
sola se descola e desata a bater com o caminhar, e os tacões se soltam, fazendo
com que pareçam, as madames, umas desajeitadas e bêbedas, quer seja no
palco ou outros showbusiness? E que pensará o cão de água de Barak Obama quando
cheirar os pés do dono, que a pólvora USA não será? Com empresários burlões
destes, as nossas exportações neste sector, que tanta alegria tem dado a Pires
de Lima e a Paulo Portas, especialistas a cheirar mercados, com todos os
esforços e apoios feitos para as levar ao pódio, explodem, pisam a lama, e não
há graxa que as recupere tão cedo. E lá se vai o brilho que tanto trabalho deu
a puxar!
A traficância e chicoespertice está-lhes no ADN.Vivi e trabalhei no Vale do Ave mais de trinta anos e ouvia estórias muito divertidas, como esta: Um industrial de tinturaria contratou um suiço barra na composição das cores. Acontece que o homem ficava bastante caro, dada a sua competência . Então ocorreu ao empresário promover o ajudante, que lhe garantiu já saber tudo e despediu o técnico suiço. O resultado foi catastrófico, porque o estrangeiro tinha um segredo que o servente nunca percebeu... Amândio
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