A parelha negociadora grega com os credores de Bruxelas sentindo-se num beco com saída única que iria contra as sua promessas eleitorais que os levaram ao poder em Atenas, engendrou um esquema de modo a passar a batata quente para o martirizado povo grego. Ciente que o SIM ganharia, iria de imediato para junto dos credores, aceitavam tudo que lhes fosse exigido e de regresso a casa exclamariam que mesmo contra as suas promessas, tinham-se limitado a cumprir aquilo que o povo democraticamente tinha decidido. No entanto, confrontados com o resultado do referendo, um estrondoso NÃO, o arrogante e vaidoso Varoufakis foi o primeiro a abandonar o navio como fazem os ratos e para não ficar, segundo disse, sem um braço. Quem ficou sem o seu braço-direito foi Tsipras que lá voltou a Bruxelas tendo aceite um novo pacote com medidas muito mais gravosas para a Grécia e muito mais arriscadas para quem lá vai meter mais euros. Por cá, os tugas syrizarentos que em manifestações e comícios se fartaram de insultar quem fosse contra o referendo e a culpar Cavaco, Passos Coelho e Durão Barroso pelo que se estava a passar na Grécia chegando a pedir para cá e para a Europa políticos como aquele duo, desapareceram ou pelo menos nunca mais ninguém os ouviu. Mas aguardemos pelo fim da novela que pressinto não irá ter um final feliz e será, como sempre, o justo a pagar pelo pecador. Como os deuses gregos não fazem milagres, peço a Deus para estar enganado. Jorge Morais
Publicado no Jornal i em 20.07.2015
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