(reflexão)
As Eleições aí estão a chegar. Os jornais perfilam-se para as assinalar
e dar-lhes o ritmo, segundo os critérios que os recados e as pressões impõem e
que entram ou se alojam nas Redacções. Caso haja por lá quem bata o pé e abane
a pena, logo se processa uma mudança na linha do corpo editorial teimosa, para que a porta, ceda
nuns e se escancare mais noutros. A "operação lava-leitor"
começou. Assim como quem lava "lulas" para tirar qualquer areia que
possa levantar questões incómodas ou faça emperrar a corrente e o objectivo
pretendido seja afogado. Jornais de referência assim procedem há já algum
tempo. São casas de melindre e de colaboracionismo por vezes. Ora
recuam, depois avançam consoante os resultados e o vencedor. A mó de cima é a
que mói melhor. Em conclusão tornam-se órgãos manipuladores e dançarinos.
Fontes perigosas. Coisa velha e muito sabida, mas também esquecida de repente
por gente enfraquecida. Os mais atentos e robustos terão a tarefa de o recordar
de quando em vez. Remar, remar, contra a corrente que quer lavar o cérebro a
tal gente. Se em cada Redacção estiver pelo menos um Homem tal desígnio não
passará, mas os tempos são de pão difícil e de poucas alternativas. Alinhar,
alinhar é o que é preciso e manda quem pode, o resto arreia nos escombros da
honradez. Nos jornais não há lugar a desinseridos no sistema. Nas
redacções está-se a redigir segundo o Acordo entre as partes. Quem mijar
fora do penico já sabe que fica num fanico e vai escrever, marcar o compasso e
assobiar para outras bandas. Nos estúdios redactoriais do presente só se
recebem e emitem quem não desafina e aguenta o coro. Quem entra na equipa. Que
quem se armar em esperto, levanta a voz e afia a pena, vai parar à lixeira como
se fosse a vala comum dos resistentes, porém perdedores. Coisa temporal. O país
que o consente é o mesmo que realiza os seus funerais quando a isso houver
lugar. O poder de compra e de vontades também está a mudar, e jornal que não se
vende e não é lido, é órgão sem poder de afirmação e comunicação, e ao lixo
também está destinado. A consciência quando recita o verbo lutar, a
derrota dos directivos e seus escribas de mão nomeados a preceito, é certa, e seguirão
no enxurro por si criado na "operação lava-leitor" em tempos
de Eleições e outras manias classicistas mas de ridículo estofo, e vingadoras
até. Lamentáveis? Repugnantes sobretudo!
Caro, mouraria-moraria. Vim aqui só para lhe dizer que o seu texto, está cheio de razão e por isso lhe dou os meus parabéns. Porém apenas um pequeno reparo da minha pessoa que é este: Ora, a " operação lava-leitor " não se processa apenas em tempo de eleições, ela é feita durante os 4 anos que vão de uma eleição . outra. saudações de um leitor/resistente.
ResponderEliminarSim, sim! 'Eles' tentam formatar-nos constantemente.
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