Os
resultados mais surpreendentes destas Autárquicas foram os do PS , e
ainda mais, o da CDU. O do PSD, creio que não foi surpresa para
ninguém, depois dos malefícios que o partido de Passos Coelho fez a
este povo. Por isso, saiu sem brilho nem glória pela porta das
traseiras da história.
O PS
beneficiou daquilo que um amigo meu classificou, muito oportunamente,
como “o efeito Costa” (EC). Ou seja, o efeito dos resultados mais
positivos que o atual governo tem conseguido, graças, em grande
parte, às propostas e ao apoio do PCP na Assembleia da Republica.
Relativamente
aos resultados mais negativos da CDU, com destaque para as 10 câmaras
que perdeu, deveu-se apenas ao EC? Claro que não. Por isso, os
partidos que constituem a coligação, nomeadamente o PCP, deverá
analisar e discutir em todas as suas estruturas e tentar corrigir o
que fez menos bem. Aliás, já o começou a fazer com a reunião do
seu Comité Central. Mas há casos muito difíceis de compreender,
como seja, por exemplo, os de Almada e Oeiras. No primeiro caso, nem
com o EC; um homem experiente, dedicado e competente, é substituído
por uma pessoa sem qualquer experiência autárquica que cai ali de
pára-quedas. No segundo, reelege-se um individuo já condenado por
abuso de poder e corrupção.
Guerra
Junqueiro, definiu-nos assim: “Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio”.
Mas
também disse: “… um povo, enfim, que eu adoro...” Nós também!
Pensei
colocar como título deste meu escrito, “ Louros Injustamente
Repartidos”, mas acabei por lhe dar o que lá consta. Que outro
caminho nos aponta a dignidade?
Francisco
Ramalho
Corroios,
5 de Outubro de 2017
No texto que publicou no dia 4, com o mesmo título, comentei sobretudo a frase de Guerra Junqueiro, que mantenho.
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