Assunção Cristas (AC) estava
triunfante na noite eleitoral das autárquicas de 2017. Só pode ter sido por ter
esmagado a candidata do PSD, porque tendo conseguido 4 vereadores em 17 de
Lisboa, apenas conseguiu metade do vencedor Medina do PS. O CDS tem 6
autarquias em 308 que existem no País. Quando Cristas aceitou unir-se ao PSD,
como em Cascais, a direita arrasou o PS. Já no Porto AC jogou na divisão, com o
independente Rui Moreira. E este conseguiu vencer o PS, seu anterior aliado. É
absolutamente ridículo, chega a ser obsceno, que AC pretenda uma vitória da
direita política sem se aliar com o PSD. A estratégia que está a seguir parece
ser apenas uma cópia modesta da estratégia passada de Paulo Portas.
Efectivamente este último conseguiu aliar-se à direita, com que governou, mas
dando sempre a entender que poderia viabilizar governos do PS, como fez Freitas
com Mário Soares. Mas isso acabou completamente com esta liderança do PS.
António Costa escolheu, e quanto a mim definitivamente, os apoios e futuros
parceiros de governo. São o PCP e/ou o BE. Não certamente por ser um
esquerdista, que nunca foi nem é. Mas porque percebeu há muito que nesta
"democracia", não se consegue governar com efectividade com o
PCP-CGTP nas ruas a tentar derrubar os governos. E o PSD e o CDS nunca terão na
vida o apoio da CGTP. Por isso, mesmo numa eventual maioria legislativa
absoluta do PS, este quererá sempre ter o PCP dominado e apoiante. Assim, neste
quadro, a vitória de AC é uma vitória pírrica, pois foi conseguida à custa da
desunião da direita a que diz pertencer. E isto num momento em que pela
primeira vez desde o 25 Abril, a esquerda está toda unida e assim irá
certamente continuar por uns bons anos...
Observação: este artigo foi publicado no jornal PÚBLICO, na sua edição de 3/10/17.
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