Deixei a cidade e o seu poluidor bulício, mergulhando no
pulsar natural da Natureza e da ruralidade que com ela coabita.
Dei conta que o Tempo não vai nada bom para a agricultura. A
azeitona está engelhada, cheia de rugas pela falta da água da chuva que tarda a
chegar, pois este Outono de Verão traz o diabo no ventre.
As restantes árvores, todos os produtos hortícolas e as
pastagens estão num raquitismo de pré morte.
Mesmo assim, sinto uma certa paz interior, porque não tenho
ouvido ou lido a televisão, a rádio e os jornais, nos quais se vêem, ouvem e
lêem as piores notícias sobre os maus exemplos vivenciais, que não deveriam
existir, se o diabólico homem não enveredasse por caminhos desviantes rumo ao
desperdício, às más acções e ao crime organizado, que têm levado à pobreza dos
povos, das nações e à decadência de muitas instituições, que deveriam ser o
exemplo da virtude, da honra e da ética.
Se o passado não foi bom, o presente afigurasse-me a
antecâmara de muita desgraça social, rumo a um porvir que poderá nunca ser
futuro para ninguém.
José Amaral
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