quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Higiene


Certos borratões de prosa aleijada
Para dizer que o morto é vivo
Andam a pedir apertado crivo
Que desperte a alma equivocada...

A criatura reage agastada
Aquele aborto é filho querido
Não aceita o destino decidido
Que o merece  toda a lixarada.

É que o direito à opinião
Não obriga nenhum outro cidadão
A ter de ficar de vista trocada.

Querer dizer o que bem apetece
Como se fosse uma rara benesse
Só mesmo duma mente avariada!


Amândio G. Martins





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